Passaram-se 19 anos desde a última vez que vimos Indiana Jones em direcção ao pôr-do-sol, na companhia do seu pai, de Marcus Brody e Sallah, numa verdadeira homenagem aos grandiosos Westerns. Na altura, estavamos nos anos 30 e combatiam-se nazis. Agora estamos em 1957, os russos são os novos inimigos, estamos em plena Guerra Fria e na época do comunismo. E Indiana Jones está bem mais velho e numa época onde se sente pouco (mas pouco mesmo) à vontade, fora do seu elemento. E após uma sequência inicial explosiva (literalmente), Jones é contactado para encontrar um objecto mitíco de grande poder, de acordo com as lendas: a Caveira de Cristal, que diz-se ser de origem extra-terrestre. Mas terá de descobrir tal artefacto com soldados soviéticos sempre atrás, liderados por uma Coronel implacável (brilhantemente interpretada por Cate Blanchett).
Enquanto que a trilogia inicial dedicava-se muito ao estilo Serial dos anos 30, já que se passava nessa década, esta quarta aventura, passada na década de 50, captura muito o espírito da Ficção Científica dos anos 50, mas sempre com o espiríto Serial demosntrado nos capítulos anteriores. A primeira parte do filme joga muito com a nostalgia (e quem conhece bem a saga sente-se muitíssimo bem com o que vê), com o desajustamente por parte de Indy em relação à década em que está e com o tema da velhice e do que se perde e se ganha com o passar dos anos, a segunda parte já nos leva à acção em si, sem parar e com bastante trabalho de duplos.
Harrison Ford regressa (obviamente) como Indiana e, apesar dos seus 67 anos, o papel fica-lhe a matar e demonstra que só ele pode ser Indiana Jones (e que ainda está em excelente forma, acreditem). Ford dá-nos um Indiana Jones mais sábio e envelhecido (de certa forma é uma sombra do seu pai, Henry Jones, interpretado por Sean Connery no terceiro filme) e demonstra-nos o que um verdadeiro herói de acção é. Está acompanhado de Cate Blanchett, a vilã de serviço, Ray Winstone, o seu colega de aventuras, John Hurt, um professor perito na Caveira de Cristal, Shia LeBouff, como o jovem e rebelde Mutt (uma versão Indiana Jones de Marlon Brando em The Wild One, filme da década de... 50) e Karen Allen, que aqui regressa como Marion Ravenwood, a heroína de Raiders From The Lost Arc, o verdadeiro amor de Indiana.
O filme tem os seus defeitos: um argumento molengão, muito CGI e um ritmo lento, por vezes. Mas se isso faz disto uma desilução? Nem por sombras! Apenas não se pode esperar algo do calibre de Raiders, lá está. Pode ser o mais fraco da saga (e é) mas ainda assim é um excelente Blockbuster e uma honrosa entrada na saga de Indiana, demonstrando o que um verdadeiro filme de aventuras deve ser. Jack Sparrow, Brendan Fraser, Nicolas Cage e aventureiros mais recentes... coloquem as armas no chão e ponham-se de joelhos, pois o Rei da aventura regressou para vos dar uma lição! Como dizia a tag line de The Last Crusade: If adventure has a name, it must be Indiana Jones. E tal tag line está totalmente correcta. A verdadeira aventura está de regresso, com um toque de Ficção Científica. Mais um grande trabalho de Spielberg e um grande regresso de Ford e Indiana Jones. Como é tão bom ver um velho amigo regressar ao cinema, após tanto tempo ausente. E em excelente forma! Mais um excelente Blockbuster este ano, após Iron Man. Imperdível!!!
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