segunda-feira, 26 de março de 2012

Jonah Hex, de Jimmy Hayward (2010)

Depois da sua família ser morta por Quentin Bull (John Malkovich) e pelos seus capangas, e após ser abandonado para morrer, Jonah Hex (Josh Brolin) é salvo por uma tribo de índios. Após recuperar, Jonah descobre que possuí a gora poderes sobrenaturais que pode usar para seu benefício. Desfigurado e com uma sede de vingança enorme, Jonah é recrutado pelos militares americanos quando estes descobrem que Quentin Bull pretende arrasar com o país.
Baseado nos comics da DC e realizado por Jimmy Hayward (Dr. Seuss' Horton Hears a Who), Jonah Hex é um Western sobrenatural com um elenco de luxo: Brolin, Malkovich, Michael Fassbender, Megan Fox e Michael Shannon. No entanto, apesar duma premissa bastante interessante com um material de origem adorado pelos fãs, a estreia de Jimmy Hayward no cinema em imagem real não poderia ser pior: uma realização fraca, uma má montagem, efeitos especiais fracos, um argumento pobre e muito mal desenvolvido, personagens ocas e talento muito mal aproveitado.
Josh Brolin está bem por aqui, devido ao facto de ser um bom actor. Apesar dum argumento limitado e duma personagem sem algum tipo de desenvolvimento, Brolin faz um bom trabalho como Hex; Malkovich faz o que sabe melhor: é Malkovich e isso é sempre bom, mesmo em filmes maus; Fassbender não se aproveita por aqui, sendo o capanga principal de Bull e um vilão fraco; Megan Fox, a pior adição no elenco, prova a sua falta de talento e não convence em altura nenhuma; Michael Shannon aparece uns segundos em ecrã apenas para gritar umas palavras. A sua participação é tão pequena e despercebida que apenas os mais atentos repararão no actor de Boardwalk Empire, num papel que poderia ter sido desempenhado por um figurante qualquer. E é assim que se desperdiça um bom elenco (à excepção de Fox).
Jonah Hex tem a curta duração de 71 minutos, sem contar com os créditos finais... Embora tal duração seja boa pois queremos que tal desastre acabe rápido, é má para o próprio filme: a curta duração impede o filme de desenvolver a sua história e as suas personagens quando, se o filme durasse mais uns 20 minutos, poderíamos estar mais bem servidos nesses aspectos tão importantes para um filme.
Hex representou um enorme fracasso para a Warner: teve um orçamento de 40 milhões (menos marketing), estreou no fim-de-semana de Toy Story 3 e rendeu apenas 10 milhões durante a sua passagem pelos cinemas americanos, não tendo estreado sequer em muitos mercados internacionais, como foi o caso de Portugal. O poder apelativo do filme já era pouco e, com um filme tão fraco, tornou-se ainda menos apelativo. Poderá entrar na categoria de "Tão Mau que é Bom" mas que é um desperdício de filme, lá isso é.

Classificação:
*/5

John Carter, de Andrew Stanton (2012)

Após ser perseguido até uma gruta, John Carter, um antigo soldado da Guerra Civil Americana, acorda num deserto desconhecido e onde descobre que consegue saltar bastante alto e que tem uma força invulgar. Depois de encontrar seres estranhos de quatro braços, Carter apercebe-se que não está no Planeta Terra e que está agora no meio duma luta pela liberdade e segurança de Barsoom (Marte), o planeta onde acordou.
Baseado na história "A Princess of Mars", de Edgar Rice Burrows (criador de Tarzan), uma das mais influentes obras literárias da Ficção Científica, John Carter é uma ambiciosa aposta da Disney dentro dos géneros de Ficção Científica e Aventura.
Andrew Stanton, realizador de Finding Nemo e Wall-E, faz aqui a sua estreia no cinema em imagem real e traz-nos uma aventura competente, capaz de agradar fãs do género e acaba por ser um filme que resulta como um entretenimento eficaz. No entanto, com um protagonista pouco carismático (Taylor Kitsch) e um romance não muito convincente, para além de vários lugares comuns na história, temos a sensação que John Carter poderia ter ido mais além do que o produto final que nos é apresentado. Temos aqui um filme extremamente caro, bastante ambicioso, a tentar ser um épico dentro do género mas que acaba por ser apenas um entretenimento eficaz, quando deveria (e prometia) ser mais que isso.
A obra de Burrows foi forte influência em Star Wars e Avatar mas aqui temos a sensação que John Carter é um filho de ambas essas obras, onde encontramos vários pontos similares, especialmente em relação a Star Wars.
Com cenários grandiosos, cenas de acção bem conseguidas e de grande escala e bons efeitos especiais (embora pudessem, por vezes, ser melhores, devido ao orçamento de 250 milhões), John Carter resulta bastante bem a nível visual.
Taylor Kitsch (X-Men Origins: Wolverine) é John Carter e ficamos a pensar que decerto poderia haver um actor melhor para o papel, apesar de estar competente mas sem muito carisma, Lynn Collins (X-Men Origins: Wolverine) está também competente e ambos protagonizam o pouco convincente par romântico do filme, Mark Strong (Kick Ass; Sherlock Holmes) está bem como sempre, Dominic West (The Wire) é um dos vilões de serviço e não convence muito e Willem Dafoe dá voz a uma das personagens secundárias do filme de forma eficaz.
Resumindo: John Carter foi uma mega-aposta da Disney, a nível monetário (falaremos disso mais tarde) e de entretenimento, querendo levar ao ecrã uma personagem que tem um seguimento de culto e uma história de grande influência dentro do género, ao mesmo tempo que queria criar um novo clássico dentro da Ficção Científica e Aventura. Stanton não consegue criar tal clássico, trazendo-nos apenas um entretenimento eficaz e que, em termos de filme, não traz nada de novo ao género. E com uma aposta tão grande por parte do estúdio e com um universo tão vasto como o de John Carter pode ser, pedia-se mais que isso.

Classificação:
***

sexta-feira, 23 de março de 2012

Está quase!

Mad Men regressa a 25 de Março (este Domingo)


O último episódio de Mad Men foi transmitido em 2010. Após complicações nas negociações entre a AMC e o criador Matthew Weiner, a quinta temporada foi adiada um ano. Terminada agora a segunda temporada de The Walking Dead, aAMC estreia a quinta temporada de Mad Men, com um especial de dois episódios que, diz quem já viu, ser um regresso em forma da série dramática. Muita expectativa!

Game of Thrones regressa a 1 de Abril (próximo Domingo)


Cerca de um ano após a sua estreia na HBO, Game of Thrones regressa para o seu segundo e muito aguardado ano. Sem alguns dos actores da primeira temporada (não vamos dar spoilers aqui), a segunda temporada promete ser um regresso em grande desta épica produção do canal.

The Walking Dead - Season 2

Depois da destruição do centro da CDC no final da primeira temporada, Rick e o seu grupo de sobreviventes continuam a tentar um lugar onde possam descansar.
Após um acidente trágico, o grupo fica alojado numa quinta no meio do nada, um local que parece ser seguro. Recebidos pelos habitantes da quinta, cedo percebe-se que cada grupo tem formas diferentes de ver o apocalipse de zombies.
A segunda temporada de The Walking Dead é constituída por 13 episódios, o que obrigaria os argumentistas a desenvolveram melhor as suas personagens e a própria história, ao contrário do que, de certa forma, aconteceu nos 6 episódios da temporada de estreia. Com isso em mente, a série prossegue com o seu ritmo lento em contar a história e passamos alguns episódios sem ver grandes avanços na mesma. No entanto, ao contrário do que inicialmente parecia uma temporada mais fraca, tal jogada revelou-se um enorme trunfo: a série mostra que pode dar-se ao luxo de ter tempo para contar as suas histórias, sendo que depois compensa os espectadores com episódios extremamente marcantes como foi o caso do sexto episódio da temporada e os três últimos. A série prepara o terreno de forma lenta e quando decide avançar na história, fá-lo de forma bombástica e chocante, provando que o ritmo lento e tudo o que presenciámos até ao momento serviu para criar maior impacto na história e no espectador.
Apesar dessa excelente jogada, The Walking Dead tem, por vezes, diálogos básicos e personagens algo mal aproveitadas. No entanto, o desenvolvimento de Shane e de Rick tem sido algo interessante de acompanhar e é um dos pontos fortes da temporada.
Apesar dos seus defeitos, The Walking Dead prova no seu segundo ano a capacidade de desenvolver as personagens e a sua história, ao mesmo tempo que cria alguns dos melhores momentos televisivos dos últimos anos, chocantes e extremamente surpreendentes. E é no seu segundo ano que a série de zombies prova que tem muito para contar e que é, realmente, uma das melhores séries da actualidade.

Classificação da segunda temporada:
****/5

Prometheus

De repente, com o surgimento deste brilhante trailer no passado fim-de-semana, Prometheus tornou-se no filme mais aguardado de 2012 por estas bandas!
Prometheus tem tudo para ser um grande filme: marca o regresso de Ridley Scott ao género de Ficção Científica após estar afastado do género durante 30 anos (Alien em 1979 e Blade Runner em 1982), marca também o regresso de Scott ao universo Alien, é uma prequela/spinoff de Alien e joga com alguns elementos do filme original apesar de, aparentemente, ser uma história pouco ligada ao clássico de 79, tem Damon Lindeloff (Lost) no argumento e tem um elenco fantástico: Noomi Rapace (trilogia sueca Millennium); Michael Fassbender (Hunger; Shame; X-Men: First Class); Guy Pearce (Memento; L.A. Confidential); Idris Elba (The Wire; American Gangster); Charlize Theron (Monster; Young Adult) e Patrick Wilson (Watchmen).
Este segundo trailer é um trailer perfeito: não revela quase nada da história, não há algo que possa servir de spoiler, começa com um tom calmo e acaba num tremendo tom de paranóia e suspense, criando enormes expectativas à volta do filme.

Prometheus estreia em Junho a nível mundial.

Tim Burton em dose dupla em 2012

Os trailers já circulam pela internet há alguns dias. No entanto, decidimos dar o devido destaque. Tim Burton tem duas novas obras a estrear em 2012. Primeiro, Dark Shadows, uma adaptação ao cinema duma popular série britânica dos anos 60 e 70. Dark Shadows parecia ser um regresso ao mundo sombrio de Burton mas, com a apresentação do primeiro trailer, descobre-se que, apesar de tais elementos estarem presentes, temos aqui uma comédia. Poderá ser um regresso de Burton a um tipo de filme como Edward Scissorhands. Johnny Depp volta a colaborar com Burton, tal como Michelle Pfeiffer. Chloe Moretz, Eva Green , Helena Bonham Carter e Jonny Lee Miller completam o elenco. Danny Elfman volta a ser o compositor de serviço.



Mais para o final do ano, temos Frankenweenie, um remake da curta-metragem realizada por Tim Burton em 1984. Esta nova versão será em animação stop-motion e apresentada nos cinemas em 3D, algo habitual nos dias de hoje. Winona Ryder (Edward Scisssorhands; Bettlejuice) volta a colaborar com Burton e a dar mais uma cartada naquele que tem sido o seu regresso ao cinema, depois duma curta participação em Star Trek e Black Swan. Frankenweenie estreia a 5 de Outubro nos Estados Unidos.

Será que irá estrear por cá?

Infelizmente, duvido. Realizado pela dupla Duplass Brothers, cujo filme anterior foi o aclamado Cyrus, com John C. Reilly, Jonah Hill e Marisa Tomei (e que não estreou cá), Jeff, Who Lives at Home tem recebido optimas críticas, apesar duns resultados de bilheteira algo decepcionantes, dentro do mundo das estreias limitadas nos Estados Unidos. Com Jason Segel (The Muppets) e Ed Helms (The Hangover). Aqui fica o trailer:

Cosmopolis, de Cronenberg

O novo filme de David Cronenberg ganhou um poster e um primeiro teaser e promete mudar a opinião que muita gente tem acerca de Robert Pattinson. Secundado por um elenco de luxo onde encontramos Julliete Binoche, Paul Giamatti e Samantha Morton, é de aguardar com ansiedade por esta obra. E é produzida pelo nosso Paulo Branco e pela sua Alfama Filmes.



terça-feira, 20 de março de 2012

Tinker, Tailor, Soldier, Spy, de Tomas Alfredson (2011)

E que tal marcarmos o regresso do Movie Wagon com um dos melhores filmes de 2011, apesar de ter estreado dia 29 de Dezembro?
George Smiley (Gary Oldman), um veterano da espionagem, fica encarregue de descobrir um agente soviético dentro do MI6, durante os tempos da Guerra Fria.
Baseado na novela de John Le Carré e realizado por Tomas Alfredson (Let The Right One In), Tinker, Tailor, Soldier, Spy reúne um elenco de luxo liderado por Gary Oldman, nomeado ao Óscar de Melhor Actor. Encontramos aqui John Hurt, Colin Firth, Ciarán Hinds, Mark Strong, Tom Hardy, Toby Jones e Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes).
Com um argumento bem estruturado, uma excelente realização e uma interpretação hiper-contida e brilhante por parte de Oldman, o filme de Alfredson é um conto de espionagem soberbo e, sem dúvida, uma das melhores obras cinematográficas do ano passado. Um thriller exemplar e obrigatório!

Classificação:
*****

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um regresso moderado

Antes de mais, pedimos desculpa aos nossos leitores pela longa ausência do Movie Wagon. Para além da falta de tempo, houve também uma falta de vontade em escrever aqui no cantinho que tanto aprecio.
No entanto, o Movie Wagon está de regresso! As actualizações serão mais moderadas mas iremos escrever sobre algo que tanto gostamos: cinema! Com um pequeno espaço também dedicado a televisão.
Para além disso, o Movie Wagon também está no Facebook, espaço onde podem sempre deixar os vossos comentários e onde falaremos ainda mais sobre cinema e sobre o que temos visto por estes lados.
Algumas rubricas do Movie Wagon estarão de regresso (Sessão de Culto e Sessão da Meia-Noite, às Sextas-Feiras e Sábados, respectivamente) e estão a ser pensados alguns artigos especiais que esperemos que sejam do vosso agrado.
O nosso espaço regressa assim antes da temporada de Blockbusters de 2012, para compensar a nosa ausência na temporada dos Óscares. Este Verão promete ser dos melhores dos últimos anos anos: The Avengers, Prometheus, The Dark Knight Rises, Brave, entre outros, são filmes que prometem arrasar as bilheteiras internacionais e serem filmes capazes de superar as já elevadas expectativas. Até lá, vamos fazer um levantamento dos trailers de alguns dos filmes mais esperados do ano.
Uma vez mais, pedimos desculpa pela nossa ausência e esperemos que ainda estejam aí desse lado, para nos acompanharem nesta viajem que é o Cinema!