terça-feira, 30 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #23

Silent Running, de Douglas Trumbull

2001 - A Space Odysey foi uma das grandes influências para a F.C. da década de 70. Prova disso é este Silent Running, um filme que tem uma forte mensagem ecológica enquanto consegue enquadrar-se perfeitamente na F.C. típica da década em questão.
Aqui temos um filme basicamente centrado numa única pessoa (Bruce Dern), acompanhado por três robots, quando o cosmonauta torna-se renegado após ser instruído de destruir florestas.
O aspecto visual do filme é algo marcante e muito inspirado na obra de Stanley Kubrick: cenário complexos e muito fechados, dando uma certa sensação claustrofóbica, um aspecto que resulta muito bem neste tipo de filmes.
A ideia base deste Silent Running é uma das grandes influências do recente Moon, de Duncan Jones. Não no aspecto da mensagem ecológica mas sim no tipo de F.C. solitária e claustrofóbica que ambos partilham. Mas quanto a Moon, falaremos dele na devida altura.
Silent Running é um dos marcos da F.C. da década de 70 e um dos que causou mais impacto a nível visual, juntamente com 2001. Uma obra de culto que merece ser (re)descoberta.

Amanhã vamos deixar as produções americanas e britânicas e vamos para a Rússia, onde, em 1972, foi estreado Solaris, de Andrey Tarkovskiy, um dos grandes clássicos da F.C..

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Leslie Nielsen R.I.P.


Ainda há duas semanas, no seguimento da programação da Retrospectiva F.C., falámos de Forbidden Planet, onde o protagonista era um jovem Leslie Nielsen. Mal se sabia na altura que o actor tornar-se-ia numa das grandes figuras da comédia non-sense. No início da década de 80, entra em Airplane, uma das mais loucas comédia da história do cinema e brilha. Eventualmente, ficaria conhecido como o tenente Frank Drebin nos filmes Naked Gun, baseados na série de televisão que durou apenas 6 episódios, um produto avançado demais para a altura que estreou.
Ontem, Leslie Nielsen faleceu e deixou para trás um legado que, apesar de conter filmes duvidosos, apresenta várias pérolas da comédia. Mais uma perda para o mundo do espectáculo, que tanto já perdeu este ano.

Retrospectiva F.C. #22

THX 1138, de George Lucas

Ainda em 1971, ano de estreia do polémico A Clockwork Orange, um realizador desconhecido estreia nas salas um pequeno filme de F.C. baseado num filme de estudante. Este filme é apadrinhado por Francis Ford Copolla e é escrito e realizado por George Lucas.
O filme é mais uma incursão por um futuro sem alma, mecanizado e com um controle incrível, numa sociedade recheada de proibições. tentando criar um mundo perfeito. No entanto, algo corre mal e há alguém que encontra o seu lado humano e luta para mantê-lo.
THX 1138 tornou-se num grande clássico de culto e numa das obras máximas da F.C. da década de 70. A ideia duma sociedade tecnológica mas sem humanidade foi usada vezes sem conta na F.C. e encontramos sempre obras interessantes que exploram esta ideia.
George Lucas era aqui um jovem realizador e ninguém adivinhava que, anos mais tarde, seria o realizador do filme que mudaria Hollywood para sempre, que daria um enorme impulso à F.C. e que criaria um império dentro da indústria cinematográfica americana, com a criação de vários negócios ligados aos efeitos especiais (Industrial Light and Magic), som (Skywalker Sound e THX), etc.
Tudo começou aqui, com esta obra pequena e barata, com um espírito de cinema independente, algo que estava a começar a marcar grande presença no cinema americano, com o surgimento, uns aninhos depois, de Martin Scorsese, Steven Spielberg (outro grande nome da F.C.), Brian DePalma, entre outros. Para não falar da explosão que foi Copolla, com Godfather!
Lucas foi um dos pioneiros da Nova Hollywood e tudo começou com este THX 1138, um dos filmes de F.C. mais influentes do cinema.

Amanhã vamos continuar em 1971 e vamos falar de Silent Running, uma pequena obra de F.C. que ganhou grande estatuto de culto e é recordada por muitos fãs do género. Até foi referenciada em Six Feet Under.

sábado, 27 de novembro de 2010

Sessão da Meia-Noite #16/ Retrospectiva F.C. #21

A Clockwork Orange, de Stanley Kubrick

Dois anos depois de 2001 - A Space Odyssey, Kubrick volta a terreno de F.C. com este A Clockwork Orange, um dos filmes mais polémicos de sempre, tendo sido banido do Reino Unido, por exemplo.
O filme, baseado na novela de Anthony Burgess, conta-nos a história de Alex DeLarge, um delinquente que, após ser preso, voluntaria-se para uma terapia experimental desenvolvida pelo governo. No entanto, as coisas não resultam como se esperava e Alex vai criar algum caos, onde está envolvido violação, muita violência e Beethoven.
Com a acção a ter lugar num Reino Unido no futuro, Kubrick cria uma obra que deu bastante que falar na altura (e ainda hoje!) e dá um novo toque à F.C., novamente provando que o género pode ser complexo, artístico e com temas bastante polémicos. Era óbvio que, aos olhos de Kubrick, a F.C. não era para leigos e não era só viagens no espaço, extra-terrestres, invasões alienígenas, etc. Para Kubrick era muito mais que isso, como é provado com 2001 e esta obra.
Como é óbvio, o sucesso de bilheteira não é o que mais se destaca nesta obra, nem a opinião da crítica, onde muita gente ficou chocado e ofendida com o que via. No entanto, apesar de ser reconhecido logo na altura da sua estreia, foi com o passar dos anos que este filme conseguiu ganhar um estatuto ainda maior e conseguiu tornar-se numa das obras principais de Kubrick, do Cinema e da F.C.. No entanto, 1971 teve ainda mais exemplos para o género...

O ano de A Clockwork Orange é também o ano da estreia cinematográfica de um dos nomes mais importantes do cinema de F.C. Baseado no seu filme de estudante e com o apoio de Francis Ford Copolla, George Lucas estreia a sua primeira longa-metragem e consegue criar um filme influente e importante para o género. Falamos, claramente, de THX 1138.

Sessão de Culto # 15/ Retrospectiva F.C. #20

2001 - A Space Odyssey, de Stanley Kubrick

Numa altura em que Star Trek encantava os mais jovens na televisão, embora as audiências não fossem as melhores e ditassem o fim da série em 1969 (tendo começado em 1966), o cinema decidiu aventurar-se pelo espaço também. E foi pelas mãos do mestre Stanley Kubrick que escreveu juntamente com Arthur C. Clarke, este 2001 - A Space Odyssey, baseado num conto de Clarke.
O filme tem início na pré-história, quando o homem das cavernas descobre um monólito negro de origem desconhecida. Este monólito é descoberto novamente milhões de anos mais tarde e é o que nos leva a esta autêntica odisseia pelo espaço.
Kubrick cria um filme de poucos diálogos, onde a imagem conta a história, sempre acompanhado de música clássica. E Kubrick consegue dar um forte poder visual ao filme, algo típico nos seus filmes. As mensagens da obra não são fáceis de descobrir mas a ideia é mesmo não perceber o filme totalmente. Aliás, o próprio Arthur C. Clarke admitiu que se as pessoas percebessem 2001, então tinham falhado redondamente. A obra de Kubrick serve para colocar perguntas e discutir as mesmas.
2001 - A Space Odyssey foi uma forte aposta da MGM. Foi um dos poucos filmes a ostentar o novo logótipo azul do estúdio, foi um dos filmes de F.C. mais rentáveis da altura, numa época em que o género estava na miséria, com excepção de alguns casos. A obra de Kubrick podia ter ressuscitado o género mas, apesar de ser um dos mais rentáveis da altura, não foi um grande êxito de bilheteira e a crítica e púbico não o receberam de braços abertos, tendo sido um filme descoberto com o passar dos anos e, assim, ganhar o estatuto que hoje tem, merecidamente.
Depois do filme de Kubrick, a F.C. continuou a ser um género rentável e Kubrick mostrou que também era um género pouco percebido pelo grande público. Mas a incursão de Kubrick pelo género não havia terminado.

De seguida, vamos para a década de 70, com o primeiro filme choque da década (e houve muitos!): A Clockwork Orange, novamente com Kubrick a mexer na F.C. mas de forma ousada e extremamente polémica.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #19

Barbarella, de Roger Vadim

Ainda em 1968 estreia este Barbarella, distribuído pela Paramount Pictures. O filme é baseado nos comics de Jean-Claude Forest e é o primeiro comic a ser adaptado para longa-metragem. O filme conta-nos a história de Barbarella que, num futuro distante, tem de encontrar o maléfico Durand-Durand e impedir os seus planos. Pelo caminho, Barbarella encontra pessoas estranhas.
O filme, produzido pelo recém falecido Dino De Laurentiis, é um produto típico do seu tempo: o filme é kitsch absoluto, com cenários e roupas saídas direitinhas da mentalidade de alguém que parou no tempo na década de 60. O filme foi um fracasso de bilheteira e de crítica, sendo mais um flop dentro do género de F.C. nessa altura, época em que a F.C. deixara de ser um género rentável (com certas excepções como Planet of the Apes). O flop foi ainda maior porque a protagonista era a estrela Jane Fonda, filha do lendário Henry Fonda.
Barbarella conseguiu, com o passar do tempo, ganhar um estatuto de culto enorme. O filme é um produto único e diferente e consegue fazer o espectador voltar atrás no tempo, tão anos 60 que é. Na altura, o filme não causou grande influêcia no género mas eventualmente, conseguiu inspirar artistas futuros, como a banda Duran Duran, por exemplo.
Barbarella acaba por ser um dos primeiros e grandes exemplos que mulheres fortes na F.C., conseguindo misturar o género com uma forte componente sexual, algo muito utilizado mais tarde em comics e certas obras de F.C. (e não só). Um dos maiores símbolos femininos da F.C..

Amanhã vamos avançar um ano e apresentar aquele que é considerado por muitos o maior filme de F.C. de sempre. Um verdadeiro clássico do Cinema e uma obra brilhante, complexa e difícil de decifrar. Falamos, claro está, de 2001, de Stanley Kubrick.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #18

Planet of the Apes, de Franklin J. Schaffner

Em 1968, a Fox estreia este Planet of the Apes nos cinemas e o resultado foi um êxito estrondoso, exactamente aquilo que o género de F.C. precisava na altura. A crítica ficou rendida ao filme, tal como o público e toda a gente ficou em choque com o final surpreendente do filme. O filme acabou por dar origem a quatro sequelas, uma série de televisão e uma outra série, desta feita de animação. O filme acabou por tornar-se num franchise rentável para o estúdio que, em 2001, estreou um remake pelas mãos de Tim Burton (que insistiu que não era um remake mas uma adaptação mais fiel ao livro original, da autoria de Pierre Boulle) e brevemente irá estrear um reboot da saga.
O filme tinha como protagonista essa grande estrela dos filmes épicos baseados nas histórias da Bíblia, Charlton Heston. Heston era uma grande estrela na altura e foi uma das grandes atracções do filme. O filme em si é um excelente entretenimento, com um bom um ritmo e que consegue prender o espectador até ao final surpreendente.
Planet of the Apes é um dos grandes clássicos do cinema de Aventura e F.C., que ainda hoje consegue ser uma obra fresca e divertida. Na altura, a F.C. já não era tão popular e este foi um dos maiores êxitos do género e um marco.

Amanhã, vamos continuar em 1968 e vamos acompanhar as aventuras de outra grande estrela do cinema, Jane Fonda, em Barbarella, um filme recheado de Kitsch, acabando por ser um produto muito preso à década de 60.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #17

Fantastic Voyage, de Richard Fleischer

Ontem cometemos um pequeno engano ao anunciarmos o filme desta noite como sendo o clássico Planet of the Apes. Não é. Estavamos a deixar, por acidente, outro clássico da década, este Fantastic Voyage, uma aventura de F.C. de 1966 onde um grupo de cientistas fica de tamanho reduzido para poderem salvar um diplomata que sofreu um atentado. Como é que o vão salvar? Entrando no corpo do diplomata, numa nave, de forma a poderem identificar o problema que o poderá matar.
Fantastic Voyage foi um grande êxito na altura, um dos poucos dentro do género, já que a F.C. perdera muito da sua popularidade e agora os êxitos não eram muitos. Na época, o que estava na moda eram agentes secretos (James Bond já tinha estreado e iria usar Donald Pleasence, um dos actores deste Voyage, num dos seus filmes), filmes de guerra, comédias algo non-sense (Pink Panther, por exemplo). A F.C. já não era um género tão rentável como havia sido na década anterior mas conseguia ainda ter alguns êxitos nas bilheteiras. E este Fantastic Voyage foi um dos maiores.
A ideia parece ser algo inspirada no clássico The Incredible Shrinking Man e foi utilizada anos mais tarde no divertido Innerspace (1988), de Joe Dante e produzido por Steven Spielberg. Este Fantastic Voyage é um filme de bom entretenimento e acaba por ser um filme ligeiro e divertido de se ver. E é um dos marcos da F.C. americana dos anos 60.

Amanhã sim, vamos para 1968 e viajar até ao Planeta dos Macacos, um filme intemporal e um dos grandes clássicos da F.C..

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #16

Fahrenheit 451, de François Truffaut

Depois de Alphaville, o cinema de F.C. francês continua em força com esta obra prima de Truffaut. O filme, falado em Inglês, passa-se num futuro onde praticamente não há qualquer tipo de liberdade criativa e de pensamento. Existem grupos de homens que destroem livros e materiais onde se pode expressar livre pensamento e ideias criativas. Um futuro atípico, algo que seria usado em várias outras produções.
Aqui temos mais um grande clássico do cinema, de um dos grandes autores cinematográficos de sempre. O filme é tipico dos anos 60 (estreou em 1966) e é uma obra muito bem realizada e uma grande valia para o género.
Na nossa retrospectiva, este Fahrenheit 451 marca a estreia duma ideia muitas vezes usado na F.C.: uma ideia dum futuro controlado, onde não há liberdade de expressão e onde tudo o que pode ser considerado arte é um acto de revolta. Uma visão dum futuro aparentemente limpo e perfeito mas que acaba sempre por ser mais sombrio e desumano do que se esperaria. Esse tipo de futuro atípico e supostamente controlado será usado vezes sem conta em obras menos comerciais e em grandes blockbusters (A Ilha, de Michael Bay, é um exemplo neste departamento). Quando é bem feito é sempre um tipo de filme muito interessante. Teremos mais alguns casos na nossa retrospectiva.

Amanhã vamos voltar aos Estados Unidos. Será a vez do grande clássico de 1968, Planet of the Apes.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #15

Alphaville, de Jean-Luc Godard

Depois do americano Time Machine, de 1960, andamos 5 anos no tempo para 1965, ano em que estria este clássico de Godard, Alphaville. Godard, um dos criadores da Nouvelle Vague, esse movimento cinematográfico revolucionário, cria um filme de F.C. com um aspecto Film Noir, uma combinação aparentemente improvável mas que dá origem a um dos melhores filmes do género e a um grande clássico do cinema. Uma obra brilhante, perfeita em todos os aspectos e que é uma verdadeira relíquia para o género.

No entanto, o cinema francês não queria ver-se livre da F.C. e o próximo filme é prova disso: Fahrenheit 451, de François Truffaud, de 1966, outro dos criadores da Nouvelle Vague e um filme que é extremamente importante para a F.C.

Sessão da Meia-Noite #15

Robocop 3

Depois do excelente Robocop e da sua sequela inferior mas algo engraçada, Robocop bate no fundo com esta terceira parte. O filme torna-se ligeiro demais para uma ideia que começou por ser (e bem!) extremamente violenta e adulta, e acaba por ainda cair na infantilidade, de forma a poder lucrar mais nas bilheteiras devido às crianças que simpatizavam com o polícia do furuto. O resultado é um filme muito fraco que marcou o fim de Robocop no cinema (por agora). Depois disto, foi a série de televisão que não era grande coisa.

Retrospectiva F.C. #14

Time Machine, de George Pal

E entramos na década de 60! A dévada de 50, altura em que a F.C. e o Terror reinaram, tinha terminado e estava na altura de descobrir se conseguiam ser reinos ou perdiam popularidade.
O primeiro caso de popularidade na nova década foi este Time Machine, de George Pal, um dos mestres dos filmes de F.C. dos anos 50, baseado na obra de H.G. Wells, essa grande fonte de inspiração para o cinema do género. A MGM, produtora do filme, ainda inspirada com o êxito do revolucionário Forbidden Planet, faz do filme uma boa produção, com bons meios e consegue criar um êxito de bilheteira e um filme importante para o género, um dos seus grandes clássicos.
O filme é um excelente entretenimento (melhor que a versão de 2002 com Guy Pearce) e é uma crítica aos perigos da ciência. E é um dos grandes motivos pelos quais filmes de viajens no tempo são tão populares no género: o tema de viajem no tempo é algo bastante discutido pela sociedade científica e é algo com que toda a gente sonha ser possível. E Wells e Pal souberam usar essa ideia com esta aventura, motivada por amor.
O legado de Time Machine é enorme! Ainda hoje encontramos histórias de viajens no tempo no cinema e na televisão, em Comédia, F.C., Romance, Terror, etc. Acabou por ser uma ideia usada em vários géneros e uma muito explorada. Alguns casos revelaram ser estrondosos êxitos de bilheteira (serão mencionados mais tarde...) e é uma ideia que continua a alimentar a imaginação do grande público e dos fãs da F.C.... e dos cientistas...

Para o filme seguinte, vamos a França, conhecer um dos grandes clássicos de F.C. franceses: Alphaville, de Jean-Luc Godard.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sessão de Culto # 14/ Retrospectiva F.C. #13

Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood

E estamos no final da década de 50, uma década de grande importância para a F.C., onde várias obras moldaram para sempre o género, criando diversas influências e sub-géneros. No entanto, em 1959, estreia um filme de baixo orçamento que, devido à sua falta de talento e qualidade, viria a tornar-se num dos filmes mais populares de todos os tempos. E tal filme é este Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood, realizador considerado o pior de sempre.
A trama de Plan 9 From Outer Space é a seguinte: depois dos extra-terrestres terem criado 8 planos frustantes, na tentativa de conquistarem a Terra, surge este 9º plano: ressuscitar os mortos do planeta e estes, zombies, matarem os vivos. Enquanto tal acontece, os extra-terrestres, com os seus míticos discos voadores, aproveitam para conquistarem o planeta.
O que acontece por aqui é fantástico: apenas vemos 3 mortos a voltarem à vida, cada um mais bizarro que o outro e, quando conhecemos o vilão do filme, temos um extra-terrestre calvo que bem podia ser o dono da mercearia da esquina. Para além disso, temos diálogos intragáveis e um Bela Lugosi nos seus últimos dias de vida, numa tentativa de Wood em dar glória a Lugosi no papel que o tornou lendário: Dracula. Lugosi faleceria antes da complicada produção terminar e Wood acabou por usar, de forma descarada, um duplo que escondia sempre o rosto com a sua capa preta. A juntar à festa, temos interpretações extremamente más, cenários com panos pretos a fazerem a escuridão da noite, cruzes de cemitério feitas de cartão, discos voadores a serem controlados com fios de pesca bastante visíveis, etc.
Aquele que seria considerado o pior filme de sempre (pelo menos até chegar The Room, de Tommy Wiseau) tornou-se num verdadeiro exemplo de como não fazer um filme (exemplo que Tommy Wiseau não viu) e ganhou um estatuto de culto enorme. O filme acabou por não afectar o género da F.C. nem o de Terror (a presença de Lugosi como um Dracula zombie é um exemplo do Terror utilizado no filme) mas consegue fazer um ligeiro apanhado de certas ideias que surgiram no género durante essa década.
De uma forma ou de outra, Plan 9 Form Outer Space é um filme importante para a F.C., devido à sua pobreza artística ter ganho um estatuto tão grande junto de muitos fãs. E é de admitir que o filme é bastante divertido de ver.

Amanhã entramos na década de 60, uma década que criou várias obras dentro do seu tempo. É também nesta década que o género de F.C. começa a perder a sua popularidade e deixa de ser um género rentável. O primeiro filme desta década é Time Machine, de George Pal, baseado na obra de H.G. Wells e será a introdução, na nossa retrospectiva, desse sub-género tão popular na F.C.: as viagens no tempo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #12

The Blob, de Irvin S. Yeaworth e Russell S. Doughten Jr. (não creditado)

Em 1958 surge pelas mãos da Paramount mais uma obra de orçamento reduzido e elenco desconhecido que viria a tornar-se num marco da F.C. da década, The Blob.
O filme conta-nos a história duma massa gelatinosa assassina que atormenta uma pequena cidade nos Estados Unidos. E com uma premissa estranha mas simples criou-se um dos grandes clássicos do género. The Blob é o filme que apresenta a adolescência da altura, com os drive-ins e todas as modas que tinham. Para além disso é o filme que influenciou toda uma série de filmes ligeiros, completamente série B, misturando Humor e Terror, com uma mistela de F.C., enquanto apresenta uma premissa bizarra e algo impensável. É um filme bastante divertido que não se leva, de forma alguma, a sério e criou um sub-género dentro da F.C. e Terror.
O tema principal que surge no genérico inicial é prova de como esta é obra para não se levar a sério e foi uma verdadeiro estrondo na altura. The Blob, para além de ser um dos grandes clássicos da F.C., é também um dos primeiros filmes de Steve McQueen e um dos grandes filmes de culto do cinema. Sim, há um culto bastante grande dedicado a este filme, que até tem direito a uma edição da Criterion. Mais tarde, surgiu uma sequela que não teve o mesmo impacto e, em 1988, estreou um remake que perde o lado cómico e torna-se mais num filme de Terror, sendo um produto bastante fraco.

Amanhã teremos o último filme desta década de 50, extremamente importante para a F.C. O último filme dos anos 50 da nossa retrospectiva é um dos grandes filmes de culto da história do cinema, um filme de extrema importância (por todos os motivos errados) e que acabou por tornar-se numa obra de grande importância: Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood, considerado o pior filme e realizador da história do cinema, respectivamente.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #11

The Incredible Shrinking Man, de Jack Arnold

Baseado na novela de Richard Matheson e com argumento escrito pelo mesmo, Jack Arnold trouxe aos cinemas este The Incredible Shrinking Man, de 1957. O filme conta-nos a aventura de Scott Carey que, após ficar exposto a uma combinação de radiação com insecticida, reduz de tamanho. Tendo agora de defrontar perigos que, para um humano de tamanho normal, são coisas habituais do dia-a-dia, Scott terá de encontrar uma forma de voltar ao seu tamanho original.
Com efeitos especiais de ponta para a época e com a devida crítica aos perigos da radiação, tema em voga na altura, o filme de Jack Arnold é um dos principais dentro do género 'combinação (ou experiência) de produtos que têm mau resultado'. Neste tipo de filmes, podemos encontrar ainda The Fly (1958), com Vincent Price, outro dos grandes filmes do género e, também, um dos grandes impulsionadores deste sub-género muito popular e utilizado na F.C..
Deixando de lado o grande clássico que é The Fly (irá aparecer na retrospectiva mas na versão Cronenberg), este The Incredible Shrinking Man é um dos grandes filmes de F.C. da década de 50 e um dos primeiros exemplos deste tipo de filme, onde um cientista decide mexer com a natureza e cria algo que desafia a ordem natural das coisas. Neste caso, é uma exposição a produtos radioactivos (e não só) que altera o protagonista, reduzindo-o ao tamanho duma formiga, algo que iria inspirar o clássico familiar Honey, I Shrunk the Kids, de Joe Johnston (1989).

Amanhã vamos para o ano seguinte, 1958. Desta vez vamos explorar o ambiente adolescente da época enquanto conhecemos uma das maiores ameaças à humanidade dos anos 50, The Blob. Aproveitamos para conhecer o jovem Steve McQueen e a popular (e bizarra) música da massa gelatinosa assassina.

Retrospectiva F.C. #10

Earth Vs. The Flying Saucers, de Fred F. Sears

No mesmo ano em que estrearam dois dos mais importantes filmes de F.C. da década, a Columbia estreia ainda este Earth Vs. The Flying Saucers, um filme de série B com efeitos especiais do mago Ray Harryhausen. Aqui temos novamente as questões do costume: crítica à Guerra Fria, ameaça nuclear mas, temos também, um filme de invasão extra-terrestre algo ambicioso e com efeitos especiais muito bons para a altura. Aliás, é esta obra que cria o fascínio de muitos realizadores de destruírem monumentos históricos americanos, já que estas invasões são sempre iniciadas nos Estados Unidos. O resultado é um filme de excelente entretenimento e um dos melhores filmes de F.C. da década. E é de mencionar a influência que o filme tem em obras futuras (Independence Day, por exemplo) que ainda hoje surgem de vez em quando. Um filme importante no género, portanto.

O próximo filme a visitar é The Incredible Shrinking Man, de 1957, um dos filmes mais populares da altura e um bom exemplo de F.C. que examina o tema de experiências científicas que correm mal, uma ideia muito utilizada no género.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #9

Invasion of the Body Snatchers, de Don Siegel

E continuamos em 1956. Enquanto Forbidden Planet era um grande êxito e Godzilla estreava nos Estados Unidos, com o filme original mutilado com cenas novas pelo meio, Don Siegel (que mais tarde realizaria Dirty Harry, por exemplo) estreou este Invasion of the Body Snatchers, baseado na novela de Jack Finney. A história é simples: uma raça de extra-terrestres pretende dominar o Planeta Terra apoderando-se dos corpos dos seres humanos. E com esta ideia simples, criou-se um dos mais importantes filmes de F.C. da década.
O filme de Siegel, para além de ser bom entretenimento, é também uma metáfora à ameaça do comunismo e um comentário ao MacCartismo. O filme apresenta uma grande dose de tensão e, pode também, ser considerado um interessante estudo sobre a paranóia.
Invasion of the Body Snatchers é um filme de grande influência e ainda hoje é uma obra importante do género. Esta pequena produção, filmada em apenas 19 dias, deu origem a um remake bastante bom no final da década de 70, realizado por Phillip Kaufman, a um remake na década de 90 da autoria de Abel Ferrara e ainda um terceiro remake protagonizado por Nicole Kidman e Daniel Craig em 2007, sendo este a versão mais hollywoodesca e fraca de todas.
A obra de Siegel prova que não precisamos de extra-terrestres em naves voadoras e filmes muito campy para contar uma boa história de invasão extra-terrestre.

A seguir, permanecemos em 1956 com o clássico Earth Vs The Flying Saucers, um filme que deu também origem a uma popular onda dentro do género: os extra-terrestres em discos voadores!

domingo, 14 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #8

Forbidden Planet, de Fred M. Wilcox

Baseado no livro de Irving Block, Forbidden Planet é um dos filmes (senão O filme!) que coloca a produção de F.C. em Hollywood noutro patamar. Até aqui tínhamos produções baratas, com actores desconhecidos, quase sempre a preto e branco (nem sempre, atenção!) e que resultavam nas bilheteiras devido ao orçamento baixo. Em 1956, entre outros filmes de F.C., este Forbidden Planet é o mais importante: a MGM, grande estúdio que era conhecido pelas grandes produções musicais cheias de cor, estreia-se na F.C. com esta obra. No entanto, em ve de fazer uma produção baratucha como as outras, decide gastar algum dinheiro com o filme e tratá-lo como um filme MGM: um orçamento decente, alguns actores minimamente conhecidos, filmar a cores e com grandes cenários e fazer com que este seja o primeiro filme do género filmado e apresentado em Cinemascope! O resultado é um filme de F.C. com as cores vivas de qualquer outra produção musical do estúdio, uma imagem de marca da MGM, e um grande êxito de bilheteira. Uma das personagens, Robby, o Robot, tornou-se extremamente popular, especialmente entre as crianças, o filme foi revolucionário nos seus cenários e grandiosidade visual e até mesmo o tipo de guarda-roupa das personagens seria imitado vezes sem conta em produções futuras. No entanto, as críticas actuais estavam lá presentes, algo indispensável nestes filmes.
Numa altura em que a F.C. e o Terror estavam no auge, era preciso este êxito original e revolucionário para a F.C., uma pequena lufada de ar fresco que iria dar origem a muitos produtos iguais. De notar que foi em 1956 que Roger Corman estreou o seu primeiro filme, sendo o realizador considerado o rei dos filmes série B, mesmo surgindo depois destes. Mencionamos aqui o Mestre Corman pois a sua forma barata e rápida de fazer filmes ainda deu os seus frutos na F.C., através de outros realizadores, já que Corman trabalhou mais dentro do Terror.

Amanhã, continuamos em 1956 com o clássico Invasion of the Body Snatchers, de Don Siegel.

Retrospectiva F.C. #7

Gojira, de Ishirô Honda

Ontem anunciámos que o filme de hoje seria Forbidden Planet (1956). Engano nosso! O filme desta noite é este clássico de culto Gojira, de 1954. Para evitar irmos a 1956 e depois viajarmos atrás no tempo até 1954 para este Gojira, algo digno dum bom filme de F.C., corrigimo-nos e aqui estamos hoje a escrever sobre este fenómeno japonês.
Como já aqui escrevemos, a F.C. e o Terror eram géneros muito populares nos Estados Unidos na década de 50. No entanto, não era apenas na Terra do Tio Sam que eram criados filmes de F.C.. Enquanto que nos E.U.A. criavam-se filmes de F.C. onde eram abordados temas como a ameaça nuclear e a Guerra Fria, viagens ao espaço, invasões extra-terrestres e afins, o Japão decidiu criticar os testes de armas nucleares realizados pelos americanos e contar esta história de Gojira (ou Godzilla), um monstro de feições 'dinossauricas', criado a partir de tais testes. O resultado é um filme que foi um êxito esmagador (no pun intended) no Japão e em todo o mundo. Os efeitos especiais eram manhosos (um homem num fato de borracha a devastar maquetes que seriam para simular a cidade de Tóquio) mas resultavam perfeitamente.
Devido ao êxito do filme, os americanos não demoraram muito tempo, especialmente quando este tipo de filmes e de género estava tanto na moda. Em 1956 estreia a versão americana de Godzilla, protagonizado por Raymond Burr, o eterno Perry Mason, cuja acção acção decorre também em Tóquio. O realizador Ishirô Hnda junta-se ao americano Terry O. Morse e criam o remake americano que também se saiu bastante bem. O original japonês ainda hoje dá origem a sequelas, todas elas com o grande mosntro a destruir cidades e a combater militares, robots gigantes, extra-terrestres ou outros monstros de iguais proporções. Em 1997, os americanos decidiram pegar, uma vez mais, no monstro, pelas mão de Roland Emmerich, realizador do filme série B mais caro de sempre, Indepedence Day, e criam um filme fraco cheio de efeitos especiais e que não deu origem a sequela alguma. Em 2012, a Warner Bros. irá estrear um novo Godzilla americanos, com intenções de ser mais fiel ao material original, esse pedaço de cinema de culto de 1954, que continua a ser uma forte influência na F.C..

Amanhã sim, vamos para 1956 visitar o Planeta Proibido, um dos grandes marcos da F.C. da década de 50 e não só!

Sessão da Meia-Noite #14

Robocop 2

Depois do êxito de Robocop, claro está que uma sequela seria produzida. Paul Verhoeven não regressou à realização mas grande parte do elenco principal está de volta. Peter Weller continua em grande como Robocop/Murphy mas a frescura do original está perdida e a trama do filme não é das melhores. Robocop 2 é uma sequela inferior em todos os aspectos ao primeiro filme mas consegue, em certos momentos, ser um entretenimento competente, com boas cenas de acção e com a sempre potente banda-sonora de Basil Poledouris.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sessão de Culto # 13/ Retrospectiva F.C. #6

Them!, de Gordon Douglas

Em 1954 estreia este Them!, um dos grandes clássicos de F.C. e Terror, onde encontramos insectos gigantes a aterrorizarem a população americana. E aqui está mais uma oportunidade de criticarem algo que estava a criar bastante polémica na altura: os testes atómicos em New Mexico. Os insectos foram afectados por tais testes e sofreram mutações, ficando de tamanho gigante.
Temos aqui mais um exemplo bastante usado dentro destes géneros: insectos gigantes ou os muito populares "creature movies", onde uma ou várias criaturas atormentam humanos. Como é óbvio, aqui temos mais um exemplo de mistura de F.C. com Terror e este filme foi um dos que mais aterrorizou crianças e adolescentes aquando da sua estreia.
Nesta altura, tanto os grandes como os pequenos estúdios criavam este tipo de filmes como pãozinhos quentes, de forma a alimentarem o público mais jovem que era ia mais ao cinema agora. Tais produções resultavam bem nas bilheteiras, sendo que estes filmes eram baratos e extremamente rentáveis. Ajudava o facto de não termos grandes estrelas de Hollywood nestas produções. E, claro está, a crítica actual estava sempre presente. Destaque ainda para a voz de Clint Eastwood como um piloto da Força Aérea, numa altura que o actor estava a dar as primeiras cartadas no cinema. Mais um exemplo da era dourada da F.C..

O próximo filme será Forbidden Planet (1956), um dos grandes marcos do cinema de F.C..

Retrospectiva F.C. #5

War of the Worlds, de Byron Haskin

Na década de 50, a F.C. e o Terror eram os novos género sensação: extra-terrestres, marcianos, monstros, criaturas gigantes, tudo era pretexto para um filme dentro destes dois géneros. Até a colisão do Planeta Terra com outro planeta já havia sido explorado em When Worlds Collide, filme estreado em 1951 e outro dos grandes impulsionadores de F.C. nessa década.
Em 1953, o Cinema americano volta a pegar num dos mestres da F.C. literária e estreia este War Of The Worlds, uma grande produção, cheia de efeitos especiais extramamente elaborados para a época e com várias cenas de acção. Aliás, muitos dos elementos presentes nesta obra seriam, mais tarde, elementos vulgares muito utilizados em filmes de invasão extra-terrestre: as tácticas militares, o acompanhar de personagens vulgares a tentarem ultrapassar algo inacreditável, cenas de destruição elaboradas e emocionantes, etc.
War of The Worlds foi um estrondo nas bilheteiras e é uma das mais importantes obras de F.C., grande impulsionador neste tipo de filmes: invasão extra-terrestre. O filme estreia numa altura em que o género estava a ter cada vez mais adoração pelo público mais jovem, aquele que enchia as salas com este tipo de filmes, para não falar dos já referidos drive-ins. Era a década da F.C., agora era só aproveitar a moda e fazer tudo o que se podia. Vários filmes estavam a ser produzidos por ano e criavam-se cultos enormes para certas obras. As várias referências à Guerra Fria e ao medo nuclear continuam muito presentes e não haviam intenções de sair destes filmes. Os filmes Série B estavam a ser criados, antes de surgir o lendário Roger Corman, que estreou o seu primeiro filme em 1955.

Amanhã, continuando na década de 50, onde há mais material para explorar, teremos Them!, de 1954, um dos grandes exemplos no cinema de F.C., onde os inimigos da humanidade são insectos gigantes.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #4

The Thing From Another World, de Christian Nyby e Howard Hawks (não cerditado)
No mesmo ano que estreou The Day The Earth Stood Still, estreou também este clássico da F.C.. Baseado no pequeno conto de John W. Campbell Jr., "Who Goes There?", esta obra de Ficção tem elementos de Terror pelo meio. Temos aqui a história dum pequeno grupo de cientistas americanos que estão a fazer trabalho de pesquisa num local remoto, juntamente com limitares americanos. No entanto, após descobrirem uma nave enterrada no gelo, ambas as equipas deparam-se com um ser desconhecido e perigoso.
The Thing From Another World foi, tal como a obra de Robert Wise, um êxito de bilheteira e um dos impulsionadores para o género de F.C. que explodiu nessa década. Os estúdios continuavam a apostar nos géneros antigos (Westerns, Policiais, Guerra, etc.) enquanto produções pequenas e extremamente baratas eram criadas e exibidas nos míticos drive-ins, onde os jovens conheciam tais filmes e tornavam-se grandes fãs.
Eventualmente, Hollywood começou a aperceber-se que estava a acontecer uma grande mudança: as suas maiores estrelas de cinema estavam a ficar velhas e menos rentáveis face a um público mais jovem com desejo de algo diferente. E foi nesse aspecto que géneros como a Ficção Científica e o Terror triunfaram. Filmes baratos que eram feitos em grandes quantidades, sem estrelas e com ideias e críticas actuais. As ideias eram vastas, devido ao medo nuclear, a Guerra Fria, o caso de Roswell em 1947, que criou uma curiosidade enorme sobre tudo o que tinha a ver com extra-terrestres e afins. Tudo servia de pretexto para se fazer um filme de F.C., especialmente quando se podia misturar com Terror.
E é nesta década que iremos encotrar alguns dos filmes mais influentes e conhecidos do género.

Próximo filme:
War of the Worlds (1953)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #3

The Day the Earth Stood Still, de Robert Wise

A 2ª Grande Guerra terminou. No entanto, a Guerra Fria começa, a tal guerra invisível entre os Estados Unidos e a Rússia. Com a Guerra Fria, veio o medo nuclear que invadia todas as casas americanas, que começavam a viver o sonho americano. Os Estados Unidos vivia numa época aparentemente inocente mas onde as aparências enganavam.
O género de F.C. teve várias produções ao longo da década de 40 mas foi a partir de 1951 que o grande redescobrimento pelo género teve início. A Fox estreia, em 1951, The Day The Earth Stood Still, um filme onde uma nave extra-terrestre aterra em Washington, de onde sai um extra-terrestre, Kato, que deseja paz entre o seu povo e o povo do Planeta Terra.
A crítica à Guerra Fria e ao medo da ameaça nuclear é bastante evidente e directa e o público identificou-se com tais aspectos. O êxito do filme foi a rampa de lançamento para o género, que ficou extremamente popular nessa década.
O filme de Robert Wise é apenas um de vários filmes de F.C. a estrearem nesse ano e é um dos mais importantes da altura, sendo um filme bastante bom na sua mensagem e na sua execução.

The Thing From Another World (1951) será o próximo filme da retrospectiva, onde será ainda mencionado a explosão do género a partir desta altura, os filmes de série B e os seus êxitos nos Drive-Ins e como tal acabou por revolucionar o Cinema da altura.

Retrospectiva F.C. #2

Things to Come, de William Cameron Menzies

Depois de Metropolis, o género de F.C. teve dificuldade em encontrar uma outra obra que fosse tão importante como o filme de Fritz Lang. Alguns filmes começavam a usar elementos de F.C. dentro de outros géneros (Frankenstein, por exemplo) e, na década de 30, começam também a surgir os míticos serials, pequenos filmes de cerca de 10 minutos que acabam sempre com um cliffhanger que continua no próximo pequeno filme, sempre apresentado na semana seguinte. Estes serials acompanhavam algumas grandes produções dos estúdios e abriam a imaginação a muita gente. Um dos mais populares, que começou a surgir em 1936, foi Flash Gordon. Esta personagem teve direito a algumas aventuras dentro deste formato.
Foi nesse mesmo ano que surgiu Things to Come, de William Cameron Menzies. Things to Come é um filme baseado na novela do lendário H.G. Wells, um dos grandes nomes da F.C. literária. No entanto, esta obra tem a particularidade de ser adaptada para o cinema pelo próprio Wells.
Muitos podem considerar este Things to Come como a resposta de Wells a Metropolis, filme que Wells detestou. O filme começa em 1940, quando a guerra entra em ebulição e destrói grande partew do planeta e da humanidade. A guerra dura anos e, quando esta acaba, os sobreviventes tentam criar a sua própria civilização, combatendo epidemias, etc.
A história de Things to Come começa em 1940 e termina em 2036, onde encontramos uma civilização algo organizada e reconstituída da guerra devastadora. Wells aproveita para relembrar os grandes riscos da guerra e do seu poder destrutivo, através dum conto que percorre cerca de 100 anos.
Things to Come é um dos clássicos da F.C., apesar de ficar muitos passos atrás do magnífico Metropolis. No entanto, é um filme bastante interessante e arrojado para a altura que foi produzido.

O próximo filme da nossa retrospectiva vai já para a década de 50. Durante o resto da década de 30, os serials de F.C. e Aventura eram bastante populares e eram nestes pequenos filmes que tais géneros brilhavam. Ainda em 1938, temos a mítica transmissão de rádio de Orson Wells, onde a cidade de Los Angeles entrou em pânico pensando tratar-se duma invasão extra-terrestre real, algo que parecia saído dum filme de F.C.. Durante a década de 40, surgiram alguns filmes interessantes dentro do género mas nada de extremamente importante. Os Estados Unidos, de repente, vêem-se envolvidos na 2ª Grande Guerra e muitas das sua produções eram filmes bélicos, sendo um género bastante popular na altura, para além das Comédias, Romances e o Film Noir.
No entanto, com o final da Guerra, um novo medo surgiu...

Próximo filme: The Day the Earth Stood Still (1951)

domingo, 7 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #1

Metropolis, de Fritz Lang

Começamos hoje esta longa incursão no cinema de Ficção Científica, uma retrospectiva que irá terminar com a estreia de TRON Legacy, a 13 de Janeiro. Serão 63 filmes, sem contra com a sequela de TRON.
Com cada obra apresentada, falaremos sobre o estado do género na altura da estreia de determinado filme e a importância, se a tiver, para este género de cinema que tantos fãs tem.
Passemos então à retrspectiva em questão e bons filmes!


Antes de passarmos ao filme em questão, falaremos da pequena (grande) obra de George Mélies, Viagem à Lua.
Datado de 1903, Viagem à Lua conta-nos a história dum pequeno grupo de cientistas que cria um foguetão de forma a poderem viajar até à Lua, como o título nos diz. Lá vão viver algumas aventuras. Esta é a premissa bastante simples desta obra de Mélies, um realizador que experimentava coisas novas com a grande invenção da altura, o Cinema. Enquanto os Irmãos Lumiere estavam num estilo mais documental, Mélies usava o poder da imaginação para criar pequenos contos impossíveis de concretizar. Este Viagem à Lua é uma das, senão a primeira, obra de F.C. do Cinema, com efeitos inacreditáveis para a altura e com uma montagem que fazia magia. A imagem do foguetão espetado no olho da Lua ficou icónica e o filme em si, com apenas 10 minutos de duração, provou que o Cinema podia ser algo mais do que se esperaria: podia ser mágico e levar-nos a locais impensáveis.


Em 1927 temos a estreia de Metropolis, de Fritz Lang, um filme de grande importância para o Cinema e para o género de Ficção Científica.
Metropolis é um dos filmes mais importantes do Expressionismo Alemão e do género de F.C., sendo um ponto de viragem dentro do género. A realização de Fritz Lang é soberba e a visão futurista do cineasta era algo de espantoso, especialmente para a época, deixando o público maravilhado.
Metropolis foi a produção europeia mais cara e ambiciosa até à altura e é fácil perceber porquê: os enormes cenários, as ruas da cidade gigantescas e complexas, a duração do filme, a quantidade de extras utilizados na produção, etc.
O conto da cidade de Metropolis e da criação dum robot para a destruir é de uma influência gigantesca para o género, tendo ainda tempo para dar uma visão interessante sobre a mecanização da vida industrial e a perda do sentimento humano dentro de tal processo.
O impacto de Metropolis é, ainda hoje, bastante grande. No entanto, mesmo após o estrondo que foi esta obra-prima de Fritz Lang, o Cinema de Ficção Científica ficou bastante parado por uns anos, sendo um género algo difícil de imaginar e conceber para o cinema de forma credível, sendo que, até aqui, a excepção era este ambicioso e genial Metropolis.

Próximo filme:
Things to Come (1936)

sábado, 6 de novembro de 2010

Sessão da Meia-Noite #13

Robocop

Em 1987, Paul Verhoeven estreia Robocop, um thriller de Acção e Ficção Científica ultra violento que é, para o realizador, uma nova abordagem a Cristo (em certos temas) enquanto cria uma visão atípica das grandes empresas e dos limites que tendem a ultrapassar.
Murphy é um novo polícia em Detroit, uma cidade recheada de corrupção e criminalidade. Depois de Murphy ser brutalmente assassinado, entra no programa Robocop, onde é criado um super-polícia, parte homem parte máquina, para enfrentar a forte onda de criminalidade que assola a cidade.
Este é, sem dúvida, um dos melhores filmes do realizador. Com uma violência extrema (a morte de Murphy é sádica e brutalissíma), cenas de acção muito bem filmadas e conseguidas e um elenco perfeito, Robocop é um dos melhores filmes de Ficção Científica da década de 80. Peter Weller é um Robocop perfeito, criando uma personagem triste mas mecânica em simultâneo, algo difícil de fazer.
Robocop é um filme de acção puro e duro e um dos grandes clássicos do género e da década de 80.

P.S.: Robocop não faz parte da retrospectiva F.C. a ter início amanhã. No entanto, a sua presença na Sessão da Meia-Noite desta semana não é ao acaso: 1) foi numa sessão deste género (Sábados, RTP1, depois da 00h30) que descobri o filme quando era pequeno; 2) este é uma introdução à dita retrospectiva onde, infelizmente, terão de ser colocadas algumas obras de fora.

Sessão de Culto # 12

Vanishing Point

Filme realizado por Richard C. Serafin e estreado em 1971, conta-nos a história de Kowalski, um trabalhador para uma pequena empresa de entrega de automóveis e que tem de atravessar o país para entregar um Dodge Challenger de 1970 ao seu respectivo dono. No entanto, Kowalski faz uma aposta em como consegue chegar ao destino em apenas 15 horas, desafiando assim as autoridades policiais ao mesmo tempo que descobre um país em mudança constante, deixando a década de 60 e entrando na de 70.
Vanishing Point dá-nos uma visão interessante dessa mudança que os Estados Unidos estavam a atravessar na altura bem como ainda nos proporciona excelentes perseguições de carros. O filme de Serafin tornou-se num fenómeno de culto, incluindo o já lendário carro, e foi grande inspiração para Quentin Tarantino e o seu Death Proof. Aliás, o carro que Rosario Dawson e companhia conduzem para perseguir Kurt Russell é uma réplica do Dodge Challenger, até na cor.
Um grande filme de culto e um verdadeiro clássico da década de 70. A (re)descobrir!

P.S.: Vanishing Point teve um remake na década de 90, em formato telefilme e protagonizado por Viggo Mortensen, antes de The Lord of the Rings.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

63 filmes de F.C., a partir de 2ª Feira, 8 de Novembro

TRON Legacy estreia em Portugal a 13 de Janeiro e promete ser um marco no género de Ficção Científica.Apesar de ainda faltar um pouco até à sua estreia, o Movie Wagon vai fazer uma retrospectiva de algumas das obras mais importantes e marcantes dentro deste género. Serão 63 filmes, apresentados a partir de 2ª Feira, com inauguração no Domingo, com Metropolis, de Fritz Lang, a abrir a retrospectiva, para além da curta de George Mèlies, Viagem à Lua. A lista será apresentada por ordem de estreia de cada filme e irá terminar no dia de estreia de TRON Legacy, sendo este o 64º filme da lista. Assim, podemos também considerar esta lista como contagem decrescente para a estreia dum dos filmes mais aguardados dos últimos tempos.
Esperemos que gostem desta pequena longa retrospectiva.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Só em Janeiro...

The Last Exorcism, de Daniel Stamm (2010)

Um reverendo está na companhia duam epquena equipa de filmagens para a produção dum documentário onde o dito reverendo terá de realizar um exorcismo, provando que não se trata dum caso real mas sim de origem psicológica. E é com esta missão que partem para o interior dos Estados Unidos para ajudarem uma jovem de 16 anso que acredita estar possuída. Depois do "exorcismo", os problemas continuam e tudo indica que o reverendo, algo céptico, esteja a lidar com um caso real.
Produzido por Eli Roth (Cabin Fever, Hostel), The Last Exorcism é mais um mockumentary, desta vez centrada no tema de exorcismo. Obviamente, chegamos a determinada altura que o realismo de documentário fica um pouco de lado, perdendo o impacto desejado nesse campo. Também não ajuda o facto do protagonista ser o professor de criminologia na série Veronica Mars.
No entanto, The Last Exorcism é um filme interessante, com bons momentos de suspense e boas interpretações. Já para não falar do final que é realmente bom!
The Last Exorcism poderia ser uma obra melhor, é verdade, mas consegue entreter e assustar algumas pessoas. É um filme que divide muito o público e que, apesar da falta de surpresas, consegue ser eficaz, algo que é difícil no terror americanos hoje em dia.

Let Me In, de Matt Reeves (2010)

Depois do excelente Let The Right One In conquistar os cinéfilos de todo o mundo, Hollywood apressou-se para produzir um remake do filme sueco, algo que acaba sempre por ser um produto de má qualidade e totalmente desnecessário. Desta vez, essa função coube a Matt Reeves, realizador de Cloverfield.
A história é a mesma: Owen é um pequeno rapaz solitário que conhece Abby, uma estranha rapariga de 12 anos. Os dois criam uma amizade bastante forte mas Abby esconde um terrível segredo.
Let The Right One In era um filme excelente e um dos melhores dentro do género de terror. Este Let Me In é uma grande obra de terror e que não desonra, de forma alguma, o filme original. Muito pelo contrário: o filme consegue ganhar o seu próprio terreno e tem as suas próprias qualidades e apenas perde pela comparação com o filme original.
Normalmente, remakes americanos de filmes estrangeiros são, como escrevi acima, maus. Esta obra de Reeves é a excepção: trata-se dum excelente filme, apesar de desnecessário, que sabe identificar o ponto forte do original e desenvolvê-lo de forma extremamente eficaz. A dupla de pequenos actores, Kodi Smith-McPhee (The Road) e Chloe Morets (Kick Ass) é muito boa, apesar de ser inferior à original. Quanto à realização de Reeves, não parece o mesmo de Cloverfield: uma realização calma, com momentos muito bem conseguidos, tudo acompanhado pelos bons desempenhos dos actores e pela música fantástica de Michael Giacchino.
Let Me In é o tipo de remake que deveria ser sempre feito onde, apesar de se conhecer a obra original, não nos importamos de conhecer uma visão diferente para a mesma história. Reeves faz um excelente trabalho e cria aquele que é o melhor filme de terror do ano. O único problema é a comparação ao original. Mas mesmo assim, é um filme recomendado e de grande qualidade!

The Other Guys, de Adam McKay (2010)

Dois dos polícias mais inúteis de Nova Iorque vão ter a sua oportunidade de brilhar, ao investigarem um caso que é mais do que parece. No entanto, a difícil relação profissional e pessoal entre os dois polícias dificulta a investigação.
De Adam McKay, realizador de Ron Burgundy, Ricky Bobby e Step Brothers, chega-nos este The Other Guys, uma sátira aos filmes de comédia e acção.
The Other Guys é, à partida, um filme estúpido. Aqui não podemos estar à espera de encontrar uma comédia inteligente, com boas personagens e cheia de excelentes interpretações. Pelo contrário: as situações que nos oferecem são ridículas, as personagens são estranhas, o campo de interpretações não é algo a tomar em conta aqui e o argumento, apesar de fazer uma boa sátira ao género, faz com que o filme acabe por ser mais um dentro do género.
No entanto, apesar de vários clichés, conseguimos ver outros clichés serem destruídos e bem gozados (o suicida e o que acontece aos polícias heróicos do início do filme são bons exemplos), o que ajudar a fazer com que The Other Guys acabe por ser um filme divertido. Apesar de várias piadas falharem, temos outras que compensam tais falhas e que conseguem ser mesmo hilariantes (amorte dos polícias e a luta no velório são mdois exemplos). Will Ferrell está no seu território habitual e consegue ser engraçado, Mark Whalberg tenta acompanhar Ferrell mas está sempre vários passos atrás e Michael Keaton está totalmente secundário mas engraçado.
The Other Guys é uma comédia divertida mas que não deslumbra de forma alguma. No entanto, comparando-o com o desastre que foi Cop Out, temos aqui o filme que Kevin Smith queria fazer.

Destaque para a morte mais estúpida do ano que não será aqui descrita devido a spoilers.

The Town, de Ben Affleck (2010)

Depois do excelente e muito bem recebido Gone, Baby Gone, Ben Affleck regressa à realização, a tarefa que deu novo ar fresco à sua carreira, apesar de estar a apostar em projectos de melhor qualidade enquanto actor.
Gone, Baby Gone podia ser um caso de sorte: a sua estreia como realizador foi muito bem recebida, tinha um bom argumento (baseado na novela de Dennis Lehman) e contava com um elenco de luxo, liderado pelo irmão Casey Affleck. Este The Town era visto por muitos como a prova dos nove. E tal prova foi superada! Affleck consegue criar um thriller bastante bom, um heist movie inteligente e um drama urbano de boa qualidade, novamente com um elenco de luxo, desta vez liderado pelo próprio Ben Affleck. As cenas de acção estão muito bem filmadas, os actores estão todos em boa forma, incluindo Affleck, um actor limitado mas que fica dentro de tais limitações. Neste campo, destaca-se Jeremy Renner que, depois do excelente The Hurt Locker, volta a dar uma grande interpretação e a mostrar o actor que é.
The Town é um dos principais candidatos aso próximos Óscares e tem tudo a seu favor: o apoio da crítica e do público, a boa data de estreia e o êxito de bilheteira que está a ser. Um dos melhores filmes do ano!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Músicas no Cinema #3

Estamos no Halloween portanto é a altura perfeita para recordar o clássico tema composto por John Carpenter para o seu filme Halloween. Brilhante!

Um Mês de Terror #31

Halloween

E chegámos ao último filme deste especial Halloween que esteve presente no blog durante todo o mês de Outubro. A última obra do especial é precisamente este Halloween, o clássico de John Carpenter que tanto revolucionou o género e ajudou a criar o sub-género Slasher. Carpentar acaba por não filmar a violência na maior parte dos casos, deixando tudo à imaginação do espectador, consegue criar um ambiente muito bom ao filme, cria um vilão do cinema de terror que ficou para a história e revelou Jamie Lee Curtis. Um verdadeiro clássico do terror e um dos meus favoritos.