terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Rambo - de Sylvester Stallone (2008)

O que se passa com Stallone? Algo de bom, de certo! Depois do
surpreende e fabuloso Rocky Balboa, o realizador/actor decidiu
terminar a saga da sua outra personagem mais conhecida: Rambo. E exactamente um ano depois de The Italian Stallion, estreia este John Rambo. Resultado: de novo surpreendente, pela positiva. Apesar de não ser tão bom como Balboa, Stallone apresenta aqui uma realização surpreendentemente competente, com boas interpretações e excelentes sequências de acção. Quanto a argumento, muito não se poderia esperar, mas há algo que não acontecia já desde o primeiro filme do herói de guerra: a humanização da personagem de Rambo. Stallone humaniza o herói de acção, reconhecendo as falhas que o segundo e terceiro capítulos da saga tiveram. E no final do filme, consegue dar um grande desfecho à saga e à personagem, algo que não acontecera (nem perto) com o capítulo anterior, de 1988. Depois, Stallone decide colocar Rambo na Birmânia, local onde decorre a mais longa guerra civil de sempre, já durante 60 anos. E acaba por ser o campo ideal para colocar o herói de guerra (que desta feita não vai sozinho) e dá a oportunidade a Stallone de tentar mostrar ao público a realidade de um país, realidade essa que muita gente desconhece (uma das formas de o fazer é através do início do filme, com as sequências dos noticiários). E por colocar a acção em tal local brutal, a extrema violência (um dos filmes mais violentos de sempre!) é totalmente justificável. O realizador chegou a dizer que a violência no filme serve para mostrar a realizade brutal do país, mostrando-nos cenas cruas, impiedosas e sangrentas. Mais um ponto alto do filme é a montagem feita a partir de cenas dos filmes anteriores, servindo de nostálgia (e Stallone já mostrou ser muito nostálgico em Rocky Balboa) e também mostrando ao público a luta interior que existe em Rambo.

Tudo isto para dizer que aqui temos um dos grandes filmes do género dos últimos tempos, com um herói de acção dos anos oitenta a regressar em grande forma, provando que consegue pôr num canto muitos heróis de acção bem mais jovens, num filme muito old-school (excepto a sequência da mina), ultra violento (Gore! Gore!!!) e com um Stallone a provar, mais uma vez que, dentro das suas limitações representativas, ele sai-se extremamente bem e que, como realizador, encontra-se mais maduro e experiente.
Mais um dos grandes filmes a abrir o ano de 2008. Surpreendentemente!


P.S.: O segundo poster que vos coloco aqui foi feito por um fã e acabou por ser tão credível que foi utilizado pela imprensa francesa em capas e na publicidade do filme. Cá em terras lusas, isso também pegou...

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