segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dexter - Séries 3 e 4

Depois das primeiras duas temporadas de Dexter, aqui estamos na terceira parte duma série que é, ao fim de contas, o crescimento psicológico da personagem. Enquanto que na primeira temporada assistimos ao descobrir do seu passado e a verdade sobre o seu pai (e afins) e na segunda temporada vemos algo que podemos chamar 'os anos da adolescência', neste terceiro tomo temos o descobrir da amizade (já vamos ao quarto tema).
Podemos dizer que esta terceira temporada é a mais fraca. No entanto, continua a ser um excelente produto televisivo, com um bom argumento e excelentes diálogos. A personagem principal tem assim a hipótese de amadurecer, vendo em Miguel Prado (Jimmy Smits em grande forma) um verdadeiro amigo, em quem pode confiar e partilhar o seu terrível segredo. No entanto, as coisas eventualmente começam a dar para o torto.
Mas Dexter atinge o seu rubro no seu quarto ano. Os primeiros episódios são bastante calmos mas são apenas uma preparação para o jogo do gato e do rato que o espectador está prestes a assistir. Após um acontecimento trágico que coloca a série em marcha, o ritmo torna-se alucinante e nunca pára, cheio de twists inesperados (e não são forçados) e momentos de extrema qualidade. Ficamos a pensar que os produtores apostaram tudo neste quarto ano, elevando o jogo a limites inacreditáveis. E a verdade é que conseguem!
Michael C. Hall (excelente actor, que filmou a quarta temporada com cancro, sem revelar a ninguém) está melhor do que nunca e o vilão, o grandioso John Lithgow, é brilhante e tremendamente arrepiante, sendo um dos melhores vilões já criados!
Quanto ao desenvolvimento de Dexter, temos aqui a passagem forçada para a vida adulta, sendo agora marido e pai, e a responsabilidade que tal vida acarreta, como tornar-se no pai que nunca teve e assumir tal papel.
Enquanto que a terceira temporada é a mais fraca, a quarta é um jogo totalmente diferente, com vários momentos de cortar a respiração, num ritmo frenético que deixa o espectador sem espaço para respirar, tudo apresentado com um argumento fantástico e dois actores de peso (revelou trata-se duma série de actores, já que Hall e Lithgow foram premiados com Globo de Ouro), em grande forma. E atenção que temos ainda lugar para um dos mais chocantes finais de temporada de sempre (se não o mais chocante; ainda tenho aquelas imagens na cabeça!).
Confirma-se assim que Dexter é uma série de visionamento obrigatório e uma das melhores da actualidade. Viciante e brilhante!

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