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Precious tem sido bastante elogiado pela crítica e foi rentável nas bilheteiras americanas.
Trata-se, obviamente, duma obra deprimente e Daniels dá-nos uma visão crua e dura sobre uma das realidades americanas (realidade essa que já dura há vários anos, o filme passa-se no final da década de 80). Oprah Winfrey, que viu o filme antes de estrear e ficou comovida, é produtora e fez uma publicidade enorme ao filme, o que ajuda os resultados de bilheteira.
No entanto, apesar de ter várias qualidades (já lá vamos), o filme tem sido demasiado bem recebido pela crítica. O filme consegue entrar num registo reality show, forçando o público à lágrima e quer fazer com que tenhamos pena da protagonista, à força toda, juntando vários problemas e apresentando-os todos duma vez só (todos os problemas que referi no início são apresentados ao público nos primeiros 5 minutos). E é aqui que reside o grande problema desta obra: a tentativa de lágrima forçada e de chocar o público é tão exagerada que, por vezes, pensamos que estamos sintonizados na SIC Mulher.
Apesar disso, Precious consegue ser uma obra boa noutro aspecto: a realização de Lee Daniels (um nome a ter em conta), as interpretações (especialemente de Mo'Nique, no papel da mãe violenta, que tem uma interpretação fabulosa) e vários momentos muito bem conseguidos.
O hype à volta de Precious é exagerado e o filme é forçado em várias alturas (e, pessoalmente, não é filme para ganhar Óscar) mas é um filme que merece ser descoberto.
Nota: Lee Daniels merecia ganhar um prémio especial por consegir puxar uma interpretação mediana de Mariah Carey, que é uma verdadeira atrocidade na representação.
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