Anos 50. Frank e April conhecem-se e apaixonam-se de imediato. Anos mais tarde, vão morar para uma pequena cidade americana, na Revolutionary Road. Vão viver o sonho americano. No entanto, cedo se percebe que a felicidade que mostram aos outros é uma felicidade falsa e que os problemas do casal são imensos.
Revolutionary Road é um filme anti-romântico. Aqui não assistimos ao nascimento de um novo amor mas sim ao declínio de um amor que já deu tudo o que tinha a dar. Mas aqui também vemos o outro lado do suposto sonho americano: a ilusão da felicidade, quando é a infelicidade e o desespero que reinam. Revolutionary Road é um poderoso filme mas é ainda mais que isso: é um forte murro no estomâgo, dando-nos a conhecer uma outra realidade sobre uma época marcante da história dos Estados Unidos: a década de 50, onde a busca pelo tal sonho americano teve início, onde sonhos foram desfeitos e ilusões criadas.
Sam Mendes assina um filme importante (adaptação do livro de Richard Yates que, segundo dizem, foi para às mãos do realizador certo) e que foi, mais que injustamente, esquecido pela Academia. No entanto, são filmes destes que perduram e nunca são esquecidos. Kate Wisnlet e Leonardo DiCaprio voltam a trabalhar juntos depois de Titanic (curiosamente Kathy Bates também entra nas duas obras) e dão-nos interpretações memoráveis enquanto Michael Shannon é revelado, sendo justa a sua nomeação para actor secundário. Revolutionary Road é, até ao momento, o melhor filme do ano, o tal que deveria estar nomeado em vez de Benjamin Button. O único problema é ser raro fazerem-se filmes assim hoje em dia. Mais dois destaques: um dos melhores finais dos últimos anos e uma fantástica banda-sonora composta por Thomas Newman, colaborador imprescindível de Sam Mendes.
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