terça-feira, 18 de março de 2008

Halloween - de Rob Zombie (2007)

Após ser adiado duas vezes cá em Portugal (estava narcada para Novembro e depois foi adiado para Janeiro e só estreou agora em Março), podemos finalmente ver a versão de Rob Zombie de Halloween, o clássico de John Carpenter. Sem entrando em comparações com o original (já lá vamos), Zombie apresenta-nos um filme de terror (pela violência) bem melhor que muitos do género, que estreiam nas salas hoje em dia. Comparando com o original, Zombie apresenta-nos a sua visºao de Michael Myers e sente a necessidade de tentar dar uma explicação sobre o que leva Myers a matar tudo à sua frente. E é aqui que encontramos o grande defeito do filme (para além dos diálogos pobres, por vezes): Zombie apresenta-nos um Michael Myers com uma infância triste, tendo uma mãe stripper, uma irmã que o despreza e um padrasto nojento. Ou seja, enquanto que Carpenter apresenta-nos um Myers misterioso, nunca nos dando um motivo para matar a sua irmã (com um plano sequência fantástico, que começa com a camara a descer do céu, como se uma entidade maléfica tivesse caído em Michael Myers, dando assim um aspecto sobrenatural e mistíco à coisa), Zombie apresenta-nos um Myers assassino fruto da sociedade e da sua infância, onde apenas não mata a sua mãe e a sua irmã bebé e que, com o passar dos anos, acaba consumido pelo mal que reside dentro de si. E dando-nos uma justificação, desmistifica a personagem de Michael Myers, acabando por não o tornar assustador e único (algo que Carpenter conseguiu de forma genial, sem nos apresentar motivo algum e criando um ambiente assustador com a personagem e não só) e conta-nos um começo de história numa hora quando Carpenter demorou apenas 5 minutos para o fazer, sem consultas com psiquiátrico e sem maior desenvolvimento do passado de Myers. Zombie apela também à violência e nudez gratuita, caindo assim no habitual filme de terror, com litros de sangue à mistura, enquanto que Carpenter conseguiu provar que se consegue fazer um Slasher movie sem violência e sem nudez (tem apenas uma única cena de nudez e nada mostra), criando um ambiente assustador através dos ângulos de camara, música (também recriada na versão de Zombie, um ponto forte do filme) e do mistério de Michael Myers.
Mas conseguimos ver que Rob Zombie é um fã incondicional do
clássico de Carpenter. Apenas, como fã e como remake, esperava-se mais. Como filme de terror, não é assustador, é prevísivel mas é visionavél e melhor que muita desgraça que aí anda. Simplesmente retirou o mistério de Michael Myers, perdendo assim um grande trunfo. Mas se Zombie decidir fazer um remake de Halloween II, de certo que fará um trabalho melhor, pois conseguiria fazer um remake melhor que o original.



P.S.: Atenção ao elenco do filme, recheado de estrelas de filmes de série B (e Z), como Malcolm MacDonell, Danny Trevo (o Machete e primo de Robert Rodriguez), Brad Douriff (a voz de Chuckie, o boneco assassino), Danielle Harris (a miúda de Halloween 4 e 5, que fazia de sobrinha de Michael Myers), entre outros.


Cá estão dois posters, o americano (e lançado em todo
o mundo) e o alemão.

Sem comentários: