sábado, 23 de maio de 2009

Realizador do mês #3

Kevin Smith
Nasceu a 2 de Agosto de 1970 em Nova Jersey. Após vender a sua colecção de comics para poder arranjar dinheiro para a primeira longa-metragem, Smith começa a sua carreira como realizador. Utilizando como cenário a loja onde trabalhava, e podendo apenas filmar quando a mesma estava fechada ao público, Smith realizou aquela que se tornaria numa das maiores obras de culto da década de 90. Utilizando o preto e branco, um elenco de desconhecidos e diálogos inteligentes e recheados de cultura popular e criando duas personagens que tornariam-se adoradas e objectos de culto (Jay e Silent Bob, interpretados pelo polémico actor Jason Mewes e pelo próprio Smith) Clerks (1994)acabaria por ser nomeado para a selecção oficial do Festival de Sundance de 1994 e estaria presente no Festival de Cannes desse mesmo ano. Após o sucesso do filme, Smith comprou a sua colecção de comics de volta.
No ano seguinte, Smith tem a oportunidade de realizar um projecto algo maior: Mallrats. Trata-se duma comédia acerca de dois jovens (Jason London e Jason Lee, um dos seus actores de eleição) que passam uma tarde no centro comercial local, onde vivem várias aventuras. O filme tem várias referências aos comics (com um cameo de Stan Lee), outra arte amada por Smith, e a vários filmes populares. Foi em Mallrats que o realizador trabalhou pela primeira vez com Ben Affleck, um dos seus melhores amigos. E traria de volta as personagens de Jay e Silent Bob, para deleito dos fãs. Foi um fracasso de bilheteira mas tornou-se em mais um objecto cultuado.
1997. Depois do fracasso comercial de Mallrats, Smith regressa ao meio que o lançou: o cinema independente. E Chasing Amy marcou esse regresso. O realizador foi buscar o seu grande amigo Ben Affleck para protagonista e Joey Lauren Adams para co-protagonista. O filme conta-nos a história dum autor de comics (autor dos comics de Jay e Silent Bob) que apaixona-se por uma rapariga irreverente que é lésbica. Através do seu humor único e adulto, Smith dá-nos uma grande história de amor e um dos grandes filmes independentes da década.


1999. A nova obra de Smith está envolvida de polémica. Dogma é um conto sobre a derradeira guerra do bem contra o mal, onde dois anjos malditos estão na Terra com o intuito de ganharem os seus poderes e regressarem ao céu. No entanto, ao conseguirem fazê-lo, poderão destruir a humanidade. Um grupo (onde se incluem Jay e Silent Bob e um Jesus negro, interpretado por Chris Rock) deverão impedi-los. O filme, com um grandioso elenco de luxo, ficou marcado pela polémica, acusado de ser ofensivo à religião católica e vários protestos foram realizados contra a estreia da película. No entanto, Smith sempre defendeu o filme como não sendo ofensivo mas sim como uma obra bastante católica e defensora da religião. Apesar da polémica, Dogma foi um ligeiro êxito comercial e o filme mais visto de Smith, dividindo opiniões mas provando, uma vez mais, que Smith conta histórias originais, onde criou o seu universo próprio, com histórias ligadas pela sua realização e argumentos e pelas personagens e referências a filmes anteriores.
Após uma pequena participação como actor na comédia independente (e inédita entre nós) Big Helium Dog, Smith começa a trabalha na série de animação baseada no filme que o lançou: Clerks. A série foi um fracasso após poucos episódios mas o realizador voltaria a este universo. No entanto, com rumores de que seria o realizador do próximo filme de Super Man, Smith começa a escrever o argumento do filme, com o título Super Ma Lives. No entanto, o seu argumento não foi aceite o filme foi novamente adiado, já sem Smith envolvido. Estava na hora de regressar à comédia grosseira que marca presença em todas as suas obras.
2001. Estreia Jay And Silent Bob Strike Back. Com um título baseado em The Empire Strikes Back, o quitno capítulo ( mas segundo filme lançado) da saga Star Wars (da qual Smith é fã), o filme relata as aventuras de Jay e Silent Bob quando estes descobrem que Hollywood está a fazer um filme baseado neles, sem o conceitimento de ambos. Determinados a serem as estrelas do filme, partem para a cidade do cinema. O filme tem um leque de actores conhecidos (e alguns actores presentes em vários filmes de Smith, como Ben Affleck, Matt Damon, Jason Lee e Chris Rock) e foi um dos primeiros veículos cinematográficos de Will Ferrell, no papel dum hilariante sheriff. Smith tornou as suas personagens de culto em protagonistas, num filme cheio de referências ao cinema de culto. O filme foi um ligeiro sucesso comercial e de critíca.
Smith, com a sua produtora cinematográfica, a View Askew, e com uma loja de comics na sua cidade natal em Red Bank, Nova Jersey, continua a fazer algo que sempre gostou: escrever comics. Escreve os primeiros números de Marvel Knights: Daredevil (cujo primeiro livro tinha um prefácio de Ben Affleck, também ele grande fã da personagem) e escreve, mais tarde, uma mini-série de Spider-Man e Green Arrow.

Após o seu cameo como Silent Bob em Scream 3 e após umas pequenas participações como actor em vários projectos independentes, Smith tem um outro cameo, do qual orgulhou-se de fazer: de médico legista em Daredevil, a adaptação cinematográfica da popular personagem da Marvel. Ben Affleck, também grande fã da personagem, era Matt Murdock/Daredevil e o filme foi um sucesso moderado nas bilheteiras. No entanto a critíca não foi simpática. O filme não teria um sequela (mas sim um spin-off de Elektra, em que Affleck chegou a filmar uma cena, que ficou cortada) e hoje, a Fox está a poderar seriamente em começar a saga cinematográfica do homem sem medo do início.

Em 2003, Smith é ponderado para escrever Scary Movie 3. No entanto, acaba por não ficar envolvido no projecto e dedica-se à sua próxima realização.

2004. Estreia Jersey Girl. Este trata-se do seu filme mais ligeiro e comercial. Conta a história de um viúvo que tem a árdua tarefa de cuidar da sua filha e subir na vida profissional, enquanto conhece uma outra pessoa. Contagiado pelo prazer da paternidade, decide fazer um filme que a sua filha possa ver e decide também mostrar a sua outra faceta ao público que o segue: o de pai e que nem tudo que ele faz é comédia adulta. No entanto, o filme foi um fracasso comercial e de critíca e os seus fãs dizem que é o seu trabalho mais fraco.
Smith sempre quis regressar ao começo de tudo: ao começo do universo 'askewniano' que criou a partir de Clerks, passando por Mallrats, Chasing Amy, Dogma, Jay and Silent Bob Strike Back, a série de animação de Clerks, os comics de Jay e Silent Bob e a curta-metragem The Flying Car, com as personagens de Clerks. E em 2006 decide então realizar a sua primeira sequela: Clerks 2. O filme passa-se 10 anos depois do primeiro, as personagens principais regressam, incluindo Jay e Silent Bob e, novamente, as referências ao cinema que marcou a vida de Smith surgem com toda a força. O filme marcou um regresso de Smith ao seu iniverso e os fãs ficaram contentes com o resultado. O filme teve resultados de bilheteira satisfatórios, tendo em conta o seu baixo orçamento. Smith afirmou na altura que esta poderia ser a última aventira de Jay e de Silent Bob, as suas personagens mais famosas.

Após uma breve passagem pela televisão (como produtor executivo e realizador do primeiro episódio de Reaper, provando a si mesmo que era capaz de realizar algo que não fosse escrito por si) e com algumas participações em vários filmes (Catch and release, uma comédia romântica com Jennifer Garner, mulher de Ben Affleck; Die Hard 4.0, onde trabalhou com um dos seus ídolos - Bruce Willis; Teenage Mutant Ninja Turtles, a fazer uma das vozes secundárias; Southland Tales, o filme maldito de Richard Kelly, que ainda hoje permanece inédito em Portugal e na animação da DC Superman: Doomsday, feito para o mercado de DVD), Smith regressou em 2008 ao cinema e à realização com mais um filme bastante polémico: Zack and Miri Make a Porno. O filme, com forte conteúdo sexual (incluindo o seu amigo Jason 'Jay' Mewes em nú frontal), lutou bastante para obter a classificação R - Restricted ( o equivalente a um maiores de 16 por cá) quando a MPPA quis dar a considerada classificação proíbida de NC-17 (classificação que significa a morte financeira de um filme). Depois, foi lançado um polémico poster (que é o poster que podemos ver nas salas portuguesas) que foi banido nos Estados Unidos, dando origem a dois posters irónicos e extremamente originais e geniais. O filme tem como protagonistas Seth Rogen (Knocked Up; Pineapple Express) e Elizabeth Banks (The 40 Year Old Virgin; Slither; Role Models). No entanto, algumas estrelas do cinema pornográfico marcam presença no filme. Apesar das boas critícas e do bom acolhimento por parte dos seus fãs, o filme foi um êxito razoável, tornando-se no filme mais rentável de Smith (sem ajustamentos). Depois da polémica antes da estreia nas salas, houve polémica aquando do seu lançamento em DVD, com algumas lojas a afirmarem que não iriam pôr o filme à venda se não retirassem a palavra 'porno' do título. Zack and Miri Make a Porno estreia finalmente em Portugal dia 31 de Maio, após ter sido adiado uns meses atrás.

Smith continua a sua carreira em projectos mais pequenos. Tem agendados dois filmes: uma comédia policial com Bruce Willis e Tracy Morgan (o hilariante Tracy Jordan de 30 Rock) e o filme de terror Red State, que marcará uma experiência nova na sua carreira.

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