segunda-feira, 26 de julho de 2010

The Fourth Kind, de Olatunde Osunsanmi (2009)

Depois do homicídio do seu marido, a psiquiatra Abbey Tyler (Milla Jovovich) pede ajuda a um colega de profissão para sessões de hipnose. Determinada a continuar com o trabalho de investigação do seu marido, Abbey regressa à pequena cidade onde mora, Nome, no Alaska. E é em sessões com pacientes seus que descobre que algo de bastante invulgar está a ter lugar na pequena localidade.
The Fourth Kind aborda o misterioso tema dos raptos por parte de extra-terrestres e, como no poster é-nos dito, é baseado em casos de estudo verídicos. E a equipa do filme quer vender a história do filme como sendo um caso verídico. Como o faz? Conta-nos a versão ficcionalizada, protagonizada por Milla Jovovich enquanto vai-nos apresentando, em simultâneo, as entrevistas à Abbey Tyler 'real' e várias gravações 'verídicas' das sessões realizadas por Abbey aos seus pacientes 'reais'.
E é exactamente aí que reside o grande problema do filme: a forma barata como tenta vender a história como sendo verdadeira quando os relatos e as gravações 'reais' são claramente ficciondas (o entrevistador da Abbey 'real' é o realizador) e tal é feito de forma evidente, fazendo com que o espectador nuunca acredite na história que nos estão a contar.
É certo que é uma forma diferente de contar uma história. No entanto, não é um acontecimento verídico, não havendo assim necessidade de fazer tal artimanha.
As cenas do filme protagonizado por Jovovich (ou seja, as cenas inspiradas na história supostamente real) não são más, apesar de vários defeitos, e chegam a ter bastante efeito (os momentos em que as personagens estão possuídas por entidades extra-terrestres são algo arrepiantes). No entanto, os bons momentos estão rodeados por momentos de má representação (os momentos com a Abbey Tyler 'real' são fracos, com uma actriz insonsa e nada credível) e a realização do filme acaba por ser fraca e vulgar.
The Fourth Kind é mais um filme com uma ideia interessante que deveria ter sido explorada de forma diferente e mais competente, sem querer vender uma ideia falsa de história verídica de forma tão descarada ao seu público. No entanto, ainda encontramos alguns momentos que ajudam a salvar o filme (destaque para os créditos finais, sem a habitual música a acompanhar mas sim por gravações, aqui sim reais, de pessoas que viram OVNIS e afins).

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