sexta-feira, 6 de maio de 2011

Gritos 4 (Scream 4), de Wes Craven

Dez anos depois de defrontar Ghost Face, Sidney Prescott regressa a Woodsborrow para promover o seu livro, onde relata a luta pela sobrevivência que enfrentou quando era adolescente. No entanto, com o seu regresso, regressa também Ghost Face e as mortes voltam a surgir. Sidney junta-se a Dewey e a Gale para descobrirem o assassino, que está a fazer um remake dos acontecimentos de 1996.
11 anos após o último filme, Scream 4 traz de volta a mais popular saga de terror da década de 90, saga essa de enorme popularidade e com grande impacto cultural na altura e que relançou o género de terror slasher, um género que estava nas ruas da amargura e que depois da saga voltou a ser rentável, algo ainda visível hoje em dia.
A verdadeira questão deste regresso é: será que consegue ser um bom regresso a este universo de Kevin Williamson e Wes Craven ou será mais uma sequela desnecessária e má? Felizmente, é um bom regresso!
Scream 4 satiriza aquilo que mais se fez no género de terror na década passada: os remakes! Neste filme, o assassino está a fazer um tipo de remake dos assassínios do primeiro filme mas com várias alterações, aspectos dignos dos remakes recentes.
É neste aspecto que Scream 4 ganha força: assume-se desde início como uma comédia de terror e nunca se leva a sério. Aliás, chega a gozar consigo mesmo sabendo que nunca será tão bom como o filme original e usa isso a seu favor. Através destes aspectos, temos uma quarta parte que enquadra-se perfeitaente dentro da saga original e consegue algo muito raro de encontrar numa saga de terror: uma quarta parte boa e bem divertida.
Apesar de ter várias falhas, Scream 4 é uma sequela digna dos seus predecessores e um filme melhor que Scream 3, devido ao regresso de Williamson ao universo que criou e aos diálogos em construídos. O elenco principal regressa e estão competentes. Aliás, é bom voltar a ver estas três personagens. No entanto, sendo este um filme que pretende conquistar novos fãs, grande parte do elenco é composto por adolescentes. Emma Roberts é Jill, sobrinha de Sidney, e está muito bem aqui, Hayden Pannetiere é a sua melhor amiga e uma fanática por filmes de terror e Rory Culkin um dos peritos em cinema. Enquanto que Roberts está bem como Jill, Pannetiere e Culkin surpreendem bastante.
A realização de Craven está em forma: um bom ritmo, com uma boa montagem e uma boa direcção de actores, sempre servido com a banda-sonora de Marco Beltrami, outro veterano da saga.
Scream 4 foi a sequela que queria que fosse, apesar das suas falhas: excelente entretenimento, com boas doses de comédia e violência e, como é habitual na saga, o mistério à volta da identidade do assassino, algo que surpreende bastante. Uma excelente adição à saga Scream, um filme que dirige-se a um público específico e que acaba por estrear muito longe da época forte da saga, aspectos que fizeram com que falhasse no box-office, infelizmente. Se há sequela de terror que merecia mais sorte nas bilheteiras, era este Scream 4. Um dos mais divertidos do ano!

Classificação:
★★★★

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