domingo, 7 de novembro de 2010

Retrospectiva F.C. #1

Metropolis, de Fritz Lang

Começamos hoje esta longa incursão no cinema de Ficção Científica, uma retrospectiva que irá terminar com a estreia de TRON Legacy, a 13 de Janeiro. Serão 63 filmes, sem contra com a sequela de TRON.
Com cada obra apresentada, falaremos sobre o estado do género na altura da estreia de determinado filme e a importância, se a tiver, para este género de cinema que tantos fãs tem.
Passemos então à retrspectiva em questão e bons filmes!


Antes de passarmos ao filme em questão, falaremos da pequena (grande) obra de George Mélies, Viagem à Lua.
Datado de 1903, Viagem à Lua conta-nos a história dum pequeno grupo de cientistas que cria um foguetão de forma a poderem viajar até à Lua, como o título nos diz. Lá vão viver algumas aventuras. Esta é a premissa bastante simples desta obra de Mélies, um realizador que experimentava coisas novas com a grande invenção da altura, o Cinema. Enquanto os Irmãos Lumiere estavam num estilo mais documental, Mélies usava o poder da imaginação para criar pequenos contos impossíveis de concretizar. Este Viagem à Lua é uma das, senão a primeira, obra de F.C. do Cinema, com efeitos inacreditáveis para a altura e com uma montagem que fazia magia. A imagem do foguetão espetado no olho da Lua ficou icónica e o filme em si, com apenas 10 minutos de duração, provou que o Cinema podia ser algo mais do que se esperaria: podia ser mágico e levar-nos a locais impensáveis.


Em 1927 temos a estreia de Metropolis, de Fritz Lang, um filme de grande importância para o Cinema e para o género de Ficção Científica.
Metropolis é um dos filmes mais importantes do Expressionismo Alemão e do género de F.C., sendo um ponto de viragem dentro do género. A realização de Fritz Lang é soberba e a visão futurista do cineasta era algo de espantoso, especialmente para a época, deixando o público maravilhado.
Metropolis foi a produção europeia mais cara e ambiciosa até à altura e é fácil perceber porquê: os enormes cenários, as ruas da cidade gigantescas e complexas, a duração do filme, a quantidade de extras utilizados na produção, etc.
O conto da cidade de Metropolis e da criação dum robot para a destruir é de uma influência gigantesca para o género, tendo ainda tempo para dar uma visão interessante sobre a mecanização da vida industrial e a perda do sentimento humano dentro de tal processo.
O impacto de Metropolis é, ainda hoje, bastante grande. No entanto, mesmo após o estrondo que foi esta obra-prima de Fritz Lang, o Cinema de Ficção Científica ficou bastante parado por uns anos, sendo um género algo difícil de imaginar e conceber para o cinema de forma credível, sendo que, até aqui, a excepção era este ambicioso e genial Metropolis.

Próximo filme:
Things to Come (1936)

3 comentários:

Sam disse...

Esta retrospectiva vou acompanhar, religiosamente, a par e passo.

Boa iniciativa! Abraço!

David Martins disse...

E claro que eu como fanático Sci-Fi cá vou estar regularmente!
Sobre Metropolis, como ainda não o vi* (shame on me) só posso dizer que acho estranho ainda ninguém ter feito um remake (que eu saiba!).

* não vi, mas já vi dezenas de documentários em que é mencionado, quer pela sua importância na época, quer pela influência no género até aos nossos dias.

The movie_man disse...

Sam,

aqui te espero para acompanhares esta longa retrospectiva.

Cine31,

ontem foi a minha estreia com o Metropolis. Nunca o tinha visto e devo dizer que é uma obra de grande qualidade e importância. Felizmente ninguém fez um remake do filme e espero que tal não aconteça. E é inacreditável que tenha sido feito em 1926! Aconselho-te a ver o filme, que é realmente de extrema importância para o género e não só.

Abraços aos dois.