sexta-feira, 31 de outubro de 2008

the Thin Red Line, de Terrence Malick (1998)

Após vários ano sem realizar um único filme, Terrence Malick regressou com este The Thin Red Line, um filme de guerra poderoso e extremamente bem escrito por Malick, onde seguimos um grupo de soldados americanos, em plena guerra, e conhecemos os seus medos, os seus pensamentos e os seus sentimentos.
Rodeado por um elenco de luxo, onde se incluem Nick Nolte, Elias Koteas, John Cusack, Sean Penn, George Clooney, Woddy Harrelson, Nick Stahl, John Travolta e os (na altura) novatos Jim Caviezel, Adrien Brody e Ben Chaplin, Malick presenta-nos um filme violento mas emotivo e poético, sempre acompanhado por uma belíssima banda-sonora composta por Hans Zimmer.

Estreado em 1998, The Thin Red Line ficou a perder (a nível de prémios e de público) em relação a Saving Private Ryan, de Steven Spielberg (e também com um elenco de luxo um filme muito bom), estreado no mesmo ano. No entanto, a obra de Malick é superior à de Spielberg, com um argumento belíssimo.

Sem dúvida, um dos melhores filmes de guerra de sempre.

Trailer:

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Assault on Precinct 13, de John Carpenter (1976)

Após o brutal assassínio da sua filha, um homem segue os membros duma perigosa gang em busca de vingança. Após conseguir o que quer, acaba por ser perseguido pelos restantes membros do grupo e o homem refugia-se dentro duma esquadra prestes a fechar, onde se encontram uns polícias e uns prisioneiros. E assim começa uma noite de luta pela sobrevivência.
Assault on Precinct 13 é o primeiro trabalho totalmente profissional de John Carpenter (Dark Star era um filme totalmente experimental e também o resultado dum filme para o curso de realização da universidade que frequentava) e aqui começamos a ver algumas imagens de marca do cinema do realizador: as personagens castiças com diálogos fantásticos (Darwin Joston tornou-se uma figura de culto com o seu Napoleon Bishop e a sua famosa pergunta: Got a smoke?), sendo elas anti-heróis pois são forçados a lutar pela sua sobrevivência e a dos que os rodeiam, a música composta por carpenter (aqui com um tema simplesmente fabuloso e inesquecível), a acção bem realizada, a montagem rápida e a direcção de actores fenomenal.
Assault on Precinct 13 é basicamente um Western passado nos subúrbios durante a década de 70 e assumindo-se como uma homenagem a Rio Bravo, de Howard Hawks (um dos filmes fafvoritos de Carpenter de um dos seus realizadores favoritos). O filme é violenta (contém a cena mais violenta filmada por Carpenter, segundo o realizador e é, de facto, uma das cenas mais violentas, brutais e inesperadas que já vi). A personagem de Bishop acabaria por ser um começo para futuras personagens desenvolvidas por Carpenter, mais nomeadamente a de Snake Plissken, de Escape From New York.
Assault on Precinct 13 é simplesmente um dos melhores thrillers alguma vez feitos, sem dúvida.

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0074156/

Trailer:


Nota: Já tinha aqui falado desta obra de Carpenter. No entanto, decide escrever uma nova opinião sobre o filme após tê-lo visto hoje na Cinemateca Portuguesa, onde está a decorrer o ciclo dedicado a John Carpenter, que teve início na Sexta-Feira, dia 24b de Outubro, com Halloween. O ciclo segue a obra completa do cineasta, por ordem cronológica (trabalhos para televisão incluídos) e prolonga-se até Novembro. Um grande ciclo dum grande cineasta. Assault on Precinct 13 é a segunda longa-metragem de Carpenter e vai ser novamente exibida na Cinemateca esta semana, dia 31 (Sexta-Feira), às 22 horas. Ainda esta semana, temos o raríssimo Elvis (feito para televisão e tendo sido exibido em cinema em vários países, marcando a primeira colaboração entre Carpenter e Kurt Russell), The Fog e Escape From New York. Estejam atentos e não percam esta oportunidade única de (re)descobrir estas on«bras fantásticas numa sala de cinema.

The French Connection - Part II, de John Frankenheimer (1975)

Continuação da perseguição de Popeye Doyle a um poderoso traficante de droga francês. Desta vez, Doyle vai a Marselha tentar impedir de vez o seu grande inimigo. Mas Doyle é capturado e torturado com drogas, tendo assim de enfrentar o mal que jurou parar.
William Friedkin não regressou à realização desta sequela, dando assim lugar ao muito eficaz John Frankenheimer. No entanto, The French Connection - Part II é um filme inferior ao seu antecessor. Onde o primeiro se destacava como um policial original e bastante superior, esta sequela acaba por ser um thriller mais vulgar, apesar de ser um filme bastante bom. Gene Hackman regressa como Popeye Doyle mas o actor estava mais 'explosivo' no primeiro filme. Ainda assim, consegue uma boa interpretação. Fernado Rey regressa como o vilão de serviço, estando aqui bastante apagado. De fora ficou Roy Scheider (talvez por estar ocupado com as filmagens de Jaws, lançado também em 1975). Frankenheimer dá-nos uma boa realização, não tentando imitar Friedkin e adaptando a sequela ao seu estilo de filmar.
Apesar de não ser tão original e provocador como a primeira, The French Connection é um bom policial, sendo bastante competente e envolvente, apesar de bastante inferior à obra de Friedkin. Um filme a ver.

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0073018/

Trailer:

terça-feira, 28 de outubro de 2008

The Frebch Connection, de William Friedkin (1971)

Dois polícias deparam-se com um caso de tráfico de droga de grandes proporções. A droga vem de França e Popeye Doyle, um polícia nova-iorquino, decide travar este negócio.

Realizado em 1971, The Frech Connection baseia-se numa história verídica e é um marco do cinema dos anos 70.
Gene Hackman é o protagoista e foi o vencedor do Óscar de Melhor Actor pelo seu papel de Popeye Doyle, uma personagem inspirada num polícia real. Ao seu lado está Roy Scheider (falecido este ano) e na realização está William Friedkin, aqui com o seu primeiro grande êxito (depois deste viria The Exorcist).
Tendo um aspecto realista e, por vezes, sendo filmado em forma de documentário (algo novo na época), The French Connection é um filme duro e crú e directo ao assunto. Friedkin tem aqui um dos momentos altos da sua carreira, com uma excelente realização e um grande leque de actores, brilhantemente liderados por Hackman, Scheider e Fernado Rey, o vilão de serviço. Pelo caminho, encontramos aquela que é uma das melhores perseguições de carro da história do cinema.
Do êxito (comercial e de critíca) surgiu uma série de televisão e uma sequela, em 1975, realizada por John Frankenheim.

The Frenh Connection é um clássico do cinema e um dos melhores policiais americanos de sempre.
Cá vos deixo o poster que contém uma imagem que ficou bastante conhecida.

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0067116/

Trailer:

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ronin, de John Frankenheimer (1998)

Um grupo de homens é contratado para localizar e roubar uma mala, custe o que custar. O que nenhum deles sabe é o que o conteúdo da mala pode custar-lhes a vida.
Ronin é um thriller à antiga, sendo realizado por um veterano, o já falecido John Frankenheimer (realizador de The Manchuian Candidate, o original, por exemplo). No elenco temos Robert De Niro, Jean Reno, Natasha McElhone, Stellan Skarsgard, Sean Bean e Jonathan Pryce e o argumento é co-escrito por David Mamet (assinando com o nome Richard Weisz), dando assim os vulgares diálogos extraordinários presentes nas obras do dramaturgo/ argumentista/ encenador/ realizador. O argumento é complexo (trata-se duma intriga internacional que envolve criminosos irlandeses e a mafia russa, tendo pano de fundo França e tendo personagens americanas, francesas, russas e irlandesas) e inteligente, recheado de reviravoltas que deixam o especatador sempre preso ao filme. Quanto às cenas de acção, estão muito bem executadas (Frankenheimer sempre teve jeito para a coisa) e as perseguiçõe são das melhores vistas num filme da década de 90 (e não só), recheadas de adrenalina. A realização de Frankheimer é segura e bem conseguida. Quanto ao elenco, com um realizador como Frankenheimer e um argumento co-escrito por Mamet, estão todos em excelente forma.

Ronin é um grande thriller, com um enredo inteligente e com algumas das melhores perseguições de carros alguma vez filmadas. E, lamentávelmente, a penúltima longa-metragem de Frankenheimer (a última seria o mediano Reindeer Games, com Ben Afflck, Charlize Theron e Gary Sinise e os seus últimos trabalhos foram uma curta-metragem produzida para a BMW dentro da série de curtasThe Hire protagonizadas por Clive Owen e o telefilme Path to War). Ronin foi assim o seu último grande filme. E que filme!



Trailer:

domingo, 26 de outubro de 2008

Novo look

E como é preciso alterar o estaminé de vez em quando (é como se fosse mudar a mobília da sala do lugar), aqui vos apresento o novo look do moviewagon, dedicado a The Dark Knight (não é só por ter gostado do filme mas também porque não consegui encontrar template melhor ligado ao cinema). E acrescentei umas novas coisitas na barra do lado direito para vosso prazer. Espero que gostem deste novo aspecto do blog e podem deixar a vossa opinião.

sábado, 25 de outubro de 2008

Escape From Alcatraz, de Don Siegel (1979)

Depois de algumas lendárias colaborações (tendo sido as anteriores em 1971, com Dirty Harry e The Beguiled), Don Siegel e Clint Eastwood voltaram a juntar forças para criar este Escape From Alcatraz, um thriller de prisão baseado num caso real que decorreu no fim dos anos 60.
Frank Morris é um prisioneiro transferido para a prisão de Alcatraz, da qual nunca ninguém conseguiu fugir. Mas Morris, que pussui um Q.I. superior, vai fazer de tudo para encontrar uma forma de o fazer.

Siegel (aqui na sua última colaboração com Eastwood e num dos seus últimos filmes) cria um thriller inteligente e crú, contando com Clint Eastwood para fazer o durão de serviço. Temos aqui um filme sempre envolvente e inteligente, mostrando porque é que Don Siegel era um bom realizador e um dos mestres de Eastwood atrás das câmaras.

Lançado em 1979, esta seria a última colaboração entre os dois cineastas, infelizmente, mas Escape From Alcatraz é um excelente exemplo do cinema de Siegel e dos filmes feitos com Eastwood (dos quais se destacam os já referidos Dirty Harry e The Beguiled).


Gran Torino, de Clint Eastwood (2008) - Trailer

E não é que logo após colocar aqui o poster, descobri o trailer novinho em folha? Por isso, aqui o deixo, em exclusivo. Gran Torino estreia nos Estados Unidos em Dezembro. E parece ser um filme poderoso.

Gran Torino, de Clint Eastwood (2008) - Poster

Pois é, palavras para quê? Para além de The Changeling (que não está a ser muito bem recebido, o que é uma pena), Clint Eastwood ainda tem mais um filme a estrear este ano: Gran Torino.
Antes considerado novo capítulo de Dirty Harry, Gran Torino é um drama sobre um jovem negro que nutre uma paixão por um Ford Gran Torino, carro esse que também é bastante admirado por um velho racista. E esse carro une estes dois homens.

Gran Torino é o regresso de Eastwood como actor, após o extraordinário Million Dollar Baby (filme inesquecível), e ainda estreia este ano nos States, a tempo de entrar na corrida aos Óscares, já que The Changeling parece já estar de fora. É de relembrar que a mesma jogada foi feita pela Warner (que também distribui Gran Torino) com Million Dollar Baby. E resultou perfeitamente, como sabemos. A aguardar por mais notícias de Gran Torino, com muita ansiedade. Cá fica o novíssimo poster.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Conan The Barbarian, de John Milius (1982)

Já há uns tempos atrás tinha dito que este filme seria brevemente comentado aqui no moviewagon. No entanto, acabei por não o ver. Mas tal acontecimento ocorreu esta noite.
Conan é um guerreiro que viu os seus pais serem mortos quando era criança e foi criado como escravo. Após tornar-se um campeão em combates, é levado para um treino intenso com armas. E é então liberto pelo seu 'mestre'. Após várias aventuras, Conan, encontra uns companheiros de viagens e depara-se com um rei idoso (Max Von Sydow), que deseja a liberdade da sua filha das mãos dum homem poderoso que lidera o culto da cobra. Homem esse que mandou matar os pais de Conan.

Conan The Barbarian é uma aventura passada nos tempos antigos, em que a magia, o misticismo e a crença dos Deuses reinava. E podemos encontrar todos esses elementos neste filme que, devido ao seu êxito, acabou por influenciar vários títulos do género durante a década de 80 (Red Sonja, com Schwarzenegger é um desses exemplos).

Arnold Schwarzenegger tem aqui o seu primeiro grande papel no cinema e tem uma óptima estreia, sendo um protagonista carismático e com forte presença. O óptimo argumento é da autoria de John Milius (o realizador) e de Oliver Stone (inspirado nos comics de Conan), que conseguem capturar o verdadeiro espírito deste tipo de aventuras.

John Milius (do excelente The Big Wendsday) tem uma realização segura e torna o filme envolvente e cheio de ritmo e, por vezes, recorre ao poder das imagens para contar a história em mãos, sem diálogos desnecessários (estes apenas surgem quando são necessários). è de acrescentar a extraordinária banda sonora (já mitíca) composta por Basil Poledaris (que já não está entre nós, infelizmente) que torna o filme ainda mais grandioso.

Por vezes violento, por vezes mágico, Conan Tne Barbarian é uma das melhores e mais influentes aventuras dos anos 80. Um marco do cinema de aventura e um excelene início de carreira para Schwarzenegger (que depois disto ainda foi fazer The Terminator). Imperdível.

Trailer:

terça-feira, 21 de outubro de 2008

The Breakfast Club, de John Hughes (1985)

John Hughes foi o pioneiro dos filmes de adolescentes. Argumentista e realizador, Hughes foi o autor de algumas das comédias mais memoráveis da década de oitenta (e nos anos 90 foi o criador de Home Alone 1 e 2), tais como Sixteen Candles, Weird Scince, Ferry Bueller's Day Out, Pretty in Pink e este The Breakfast Club. Hughes explorava, na maior parte das vezes, as angústias dos adolescentes e como era crescer na década de oitenta. E talvez este The Breakfast Club seja o maior exemplo disso.
Um grupo de 5 adolescentes problemáticos é reunido numa sala durante um Sábado inteiro, como castigo. O objectivo é que escrevam um ensaio sobre o que cada um julga ser. E o grupo acaba por formar uma amizade forte, através dos seus problemas e das formas de revolta.

O elenco é composto por (na altura) jovens talentos promissores: Emilio Estevez (filho de Martin Sheen e irmão de Charlie Sheen, que acabou por ter uma carreira raoavél, especialmente nos anos oitenta e início da década de 90 e mais recentemente realizou Bobby, com um elenco de estrelas); Ally Sheedy (popular nos anos 80 mas ficou relegada a papéis de televisão nos anos 90); Molly Ringwald (a namoradinha da America da década de 80 e agora uma cara pouco conhecida, entrando em produções televisivas); Anthony Michael Hall (um dos meninos prodígio de Hollywood nos anos 80, que no início da década de 90 entrou em Edward Scissorhands e após isso desapareceu, resurgindo no início do novo milénio da série de grande sucesso The Dead Zone, como o protagnista e sendo agora uma cara conhecida da tv e entrou agora em The Dark Knight)e Judd Nelson (mais um caso de sucesso nos anos oitenta e agora relegado ao mercado de video). E este, juntamente com mais alguns jovens actores lançados nesta geração, era o Brat Pack.

Hughes escreve uma comédia dramática envolvente e inteligente, conseguindo explorar todas as angústias destas personagens e mostrando um desenvolvimento das mesmas. Os actores (pois este acaba por ser um filme de actores) estão bem nos seus papéis, nunca dando grandes interpretações mas sempre conseguindo manter as suas personagens.

The Breakfast Club tornou-se um filme de culto com o passar dos anos. E tal percebe-se, ao ver o filme.

Um dos melhores filmes do género, vindo dos anos 80. E todos teen movies deveriam ser assim.

Deixo-vos o poster, que se tornou também ele bastante conhecido (já para não falar da música dos Simple Mind, tema principal do filme).
Trailer:

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eagle Eye, de D.J. Caruso (2008)

Após o êxito de Disturbia, pensou-se: Que fazer com a mesma equipa (actor e realizador) após este sucesso? Fácil: um thriller de acção, com orçamento maior (ou equivalente ao resultado final de bilheteira do filme anterior) e o nome de Steven Spielberg como produtor executivo. E isso leva-nos a Eagle Eye.
Shia LaBeouf é um jovem que é capturado sob suspeitas de terrorismo. Mas acaba por ser contactado por alguém que lhe diz o que fazer para fugir e que parece estar a controlar todos os acontecimentos. E aqui começa uma corrida vertiginosa, cheia de perseguições e reviravoltas na trama.

Eagle Eye é um techno thriller com bastante acção. O argumento tenta ser inteligente mas acaba por ser irracional e cheio de clichés (aqui não se pode usar a expressão 'desligar o cérebro e apreciar' pois o filme tenta ser o oposto: um filme inteligente). A realização de caruso (escolhido a dedo por Spielberg para realizar Disturbia) acaba por ser competente mas nas cenas de acção tenta usar o mesmo estilo dos filmes da saga Bourne (algo que era bem dominado nesta série de filmes mas não totalmente neste). Neste caso, não é boa escolha pois passa-se tanta coisa no ecrã que às vezes não sabemos exactamente o que estamos a ver (não acontecia o mesmo nos filmes de Bourne pois esta técnica era, lá está, bem controlada e utilizada). Mas, de qualquer forma, as cenas de acção são suficientes para nos entreter e manter-nos agarrados à cadeira. E, apesar de tentar ser algo mais, Eagle Eye acaba por ser apenas isso: um entretenimento agradável mas, no fundo, esquecível.

Quanto ao elenco: os actores estão competentes, fazendo o seu trabalho e nada mais que isso. Eagle Eye é um filme ao qual vale a pena dar uma olhadela, sem expectativas algumas e apenas para distrair, quando puderia ter sido mais que isso (mas as cenas de acção até estão boas).
Trailer:

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Three Days of the Condor, de Sydney Pollack (1975)

Estava na altura de fazer um (mais que desejado) regresso à cinemateca. E com esse regresso, vi este Three Days of the Condor, num ciclo dedicado à memória de Sydney Pollack: realizador, produtor e actor falecido este ano.
Three Days of the Condor é um filme de espionagem (como muitos filmes deste género eram feitos nos anos 70) onde um funcionário da CIA está em fuga, temendo pela sua vida, após a sua equipa ser eliminada. Robert redford (em mais uma colaboração com Pollack) é o protagonista e este não é um agente da Cia qualquer: é um 'funcionária' da agência, um bibliotecário cuja função é ler livros de todo o mundo para obter informações e novas ideias. Ou seja, não é propriamente o herói de acção e grande espião ao qual estamos habituados.

Three Days of the Condor é um filme de espionagem feito na época do escandâlo de Watergate e isso é reflectido no brilhante momento final, em que o filme questiona o poder da imprensa e o clima que estava criado na altura. Mas Condor acaba também por ser um filme denúncia (algo que abundava nesta década e que teve o seu expoente máximo com Al, the President's Men, de Alan J. Pakula, com Redford e Dustin Hoffman e cujo género foi recentemente revivido em Michael Clayton) eum filme de certa forma actual no seu tema.

Pollack tem aqui uma realização segura, com uns actores em boa forma e filma esta trama lentamente, dando assim um excelente clima de tensão e suspense.

Three Days of the Condor é um bom thriller e um exemplo do bom cinema que Pollack nos oferecia.
Trailer:

Max Payne, de John Moore (2008)

Inspirado no famoso jogo da RockStar, Max Payne é um thriller em tom de filme noir sobre um polícia que investiga a morte da sua família. Mas enquanto que no jogo, temos um enredo algo complexo e original (e ao estilo film noir) aqui temos uma trama desinspirada, aborrecida e, acima de tudo, prevísivel.
John Moore ( o realizador do remake de The Omen), é o realizador de serviço e tenta apresentar um trabalho bastante visual, através da fotografia e dos efeitos especiais mas isso apenas não faz um filme: neste caso, um thriller policial, temos uma trama com um desenrolar mais que prevísivel (e por vezes com situações bastante ridículas). As cenas de acção tentam ser fiéis ao jogo mas, como é óbvio, no jogo estão muito mais bem conseguidas. Apesar disso, estas sequências não estão más mas não são memoráveis.

Mark Whalberg é o protagonista, interpretando Max Payne na perfeição (embora a personagem não esteja ao nível da que encontramos nos videojogos) e temos ainda Mila Kunis, Beau Bridges e Chris O'Donnel a completar o elenco. Mas apesar de alguns actores com talento, eles não estão nos melhores dias, arrastando um filme que não consegue ser apenas mediano. E Whalberg consegue ser o melhor de todos neste campo.

Max Payne é mais um dos videojogos que não consgue encontrar uma adaptação para cinema à sua altura, ficando-se pelo mediano (como na maioria dos casos. Os que não são medianos, são péssimos). O que é pena, pois tanto a personagem como a trama do jogo darião pano para bastante manga.

sábado, 11 de outubro de 2008

Jurassic Park, de Steven Spielberg (1993)

Baseado no livro de Michael Crichton, Jurassic Park estreou no Verão de 1993 e tornou-se no maior êxito do ano e um dos maiores de todos os tempos. Para além disso, foi um filme inovador em termos de efeitos especiais: os efeitos por computador (CGI) davam vida, de forma inacreditável e totalmente realista, a criaturas extintas por mais de 65 milhões de anos, e mostravam que realmente ir ao cinema era uma experiência mágica e emocionante.
A história até é simples: um homem milionário (e ingénuo, revelando ser uma criança grande) cria um parque temático, onde a principal atracção são dinossauros, os tais seres extintos à milhões de anos. Isto é possível através dos milhares da ciência e da clonagem. Mas algo corre de errado quando um dos membros do parque decide sabotar o sistema informático para seu próprio lucro.

Jurassic Park é uma análise ao avanço da ciência e do seu contraste contra a natureza: neste caso, a ciência consegue trazer de volta criaturas que a natureza extinguiu no passado e o homem, com a sua ciência, pensa que consegue controlar tais seres. Mas a natureza de tais criaturas é mais forte que a ciência: como uma das personagens (Ian Malcolm, interpretada por Jeff Goldblum) diz: Life finds a way. E mesmo com os avanços da ciência, o Homem consegue sempre ser o destrudor de tais avanços (neste caso, o exemplo é o de Wayne Knight, o empregado que sabota o sistema por ganância). E esta análise é disfarçada de entretetimento para o grande público, algo que o realizador, Steven Spielberg, domina muitissimo bem.

Spielberg cria aqui um filme de aventura muito bem conseguido, sendo mais eficaz que muitos exemplos recentes, com uma realização exemplar e uma criatividade para dar e vender. Tudo acompanhado por bom leque de actores (onde se destacam Sam Neill, Laura Dern, Jeff Goldblum, Richard Attenbourgh, Samuel L. Jackson e Wayne Knight), efeitos especiais fantásticos (é de notar como estes ainda são extremamente realistas, com a mistura de CGI, aqui na sua époce revolucionária após Terminator 2, e de anomatrónica) e uma extraordinária e muito conhecida banda sonora assinada pelo cúmplice de Spielberg: John Williams.

Jurassic Park é um dos grandes filmes de aventura da década de 90 e um exemplo sobre como se deve fazer um filme deste género. E consegue criar mais arrepios que muito do que se faz hoje em dia. Prova de que temos um mestre em acção.
Trailer:

Punisher: War Zone, de Lexi Alexander (2008) - Novo poster

Lexi Alexander traz-nos a personagem da Marvel de volta ao grande ecrã no final deste ano (pelo menos nos Estados Unidos), num filme que marca um novo início para a saga de Frank Castle no cinema (após o fracasso de bilheteira de Punisher, de Jonathan Hensleigh, apesar de não ser tão mau como o muitos o pintam). Perdemos Thomas Jane (na minha opinião, um excelente Frank Castle/ Punisher) e já não temos John Travolta como vilão (um ponto fraco no filme pois Travolta não estava lá muito bem no filme) e ganhamos Ray Stevenson, da série Rome, e talvez um filme bastante competente. Há uns meses atrás coloquei o primeiro teaser do filme, na net já está disponível o segundo trailer (que aqui apresentarei na devida altura) e aqui vos deixo o último poster, lançado esta passada semana.

O novo Punisher, desta vez com Ray Stevenson, de Rome.

Che, de Steven Soderbergh (2008)

Steven Soderbergh volta a colaborar com Benicio Del Toro para um filme sobre a vida de Che Guevarra, o guerrilheiro que se tornou um lenda. O filme foi apresentado no Festival de Cannes deste ano e deu a Del Toro o prémio de melhor interpretação masculina. Com a duração de 4 horas e sem ninguém que se arrisque a distribuir o filme nos Estados Unidos, este parece ser um daqueles casos em que irá estrear pelo mindo fora e só depois nos States. E pelo que parece também, pelo dois posters aqui apresentados, o filme irá ser dividido em duas partes (L'Argentin e Guerila). Cá ficam os posters franceses de Che.

  • L'Argentin, primeia parte do épico de Soderbergh: Che

  • Guerilla, a segunda parte de Che

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Burn After Reading, de The Coen Brothers (2008)

Depois de No Country For Old Men, os Irmãos Coen regressam a um género que dominam bem: a comédia negra. E com eles temos George Clooney (a terceira colaboração com os realizadores), Frances McDormand, John Malkovich, Tilda Swinton, J.K. Simmons e Brad Pitt. Por outras palavras, um grande elenco que está em excelente forma.
Burn After reading é uma ode à estupidez humana e às consequências que podem ocorrer devido a tal. Aqui temos chantagem, espionagem, desejo de tratamentos cirúrgicos para uma beleza maior e traição conjugal.
Como disse, o elenco está todo em grande forma, com um John Malkovich hilariamte e totalmente idiota, uma Tilda Swinton egoísta, fria e vingativa, um George Clooney engatatão e paranóico (gozando com a sua imagem de galã), uma Frances McDormnad complexada com os atributos fisícos e não extremamente inteligente (e a verdadeira causa de todos os acontecimentos do filme), um J.K. Simmons (para quem não sabe, o J. Jonah Jameson de Spider-Man) com uma curta mas extremamente hilariante participação (um dos momentos mais cómicos do ano, o momento final, com Simmons) e finalmente um Brad Pitt parvo e pacóvio, que rouba o filme a todos os outros. Pitt apresenta-nos uma interpretação sublime da estupidez, com momentos de comédia de ouro (as tentativas de chantagem por telefone e frente e frente são fantásticas) e consegue pôr um enorme sorriso no nosso rosto cada vez que está em cena.

Uma das melhores comédias do ano: inteligente, adulta e, como diz a frase de promoção: A inteligência é relativa. Mais uma grande comédia dos Coen. E um Brad Pitt excelente.

Trailer:

New York, New York, de Martin Scorsese (1977)

New York, New York marca a terceira colaboração entre Robert De Niro e Martin Scorsese. Depois de Mean Streets e Taxi Driver, o próximo projecto seria algo mais leve.
New York, New York é ambientado no mundo nova iorquino do Jazz, na década de 40 e 50, após a vitória dos americanos sobre o Japão. De Niro é um soldado regressado da guerra que deseja entrar no mundo do Jazz. Pelo caminho encontra Lizza Minneli (num dos maiores e mais engraçados engates do cinema), uma cantora que faz parte duma banda bastante popular. Juntos iniciam uma jornada pelo mundo do Jazz e a caminho (muito atribulado) dos seus sonhos.

Scorsese filma um romance bastante invulgar (aqui não encontramos os clichés do costume) e acaba por dar-nos uma visão de Nova Iorque mais ligeira que noutras obras suas (a Nova Iorque de gangsters de Gangs of New York, o mundo violento do crime em Goodfellas, a Nova Iorque sombria e solitária de Taxi Driver) e dá-nos um musical luminoso (homenageando o género musical) e mágico mas também um romance impossível e que foge ao vulgar.
Pelo caminho encontramos uma ambiciosa cena musical
(um filme dentro do filme), que foi originalmente cortado do filme quando estreou, onde acabamos por encontrar um verdadeiro espectáculo de cores, luzes e música (e onde nos dá um resumo do filme e das personagens).
Acrescenta-se a música que se tornou famosa em todo o lado, 'New York, New York', e temos mais um grande filme de Scorsese e um dos mais ligeiros da sua carreira. Mas também um dos mais belos (temos aqui uns planos totalmente sublimes, como o par a dançar sob a luz do candeeiro, com a sombra do comboio sobre eles e De Niro a observá-los atentamente).

Mais um clássico.

Goodfellas , de Martin Scorsese (1990)

Se há colaborações que marcaram o cinema e uma geração, foram as de Martin Scorsese e de Robert De Niro (depois temos Tim Burton e Johnny Depp). Scorsese e De Niro já trabalharam juntos 8 vezes (e esta semana foi anunciada a sua nona colaboração, tendo sido a última Casino) e, em cada filme, algo de estrondoso eramos apresentado. Este Goodfellas não é excepção à regra.
Baseado no livro de Nicholas Pillegi (e o argumento é escrito por ele e Scorsese), baseado em acontecimentos verídicos, Goodfellas é a história dum jovem gangster e de como entrou e subiu no mundo do crime. Ray Liotta é o verdadeiro protagonista do filme, tendo aqqui uma excelente interpretação, e está ao lado de De Niro e de Joe Pesci (vencedor do Óscar de melhor actor secundário).
Scorsese apresenta-nos uma realização fantástica e uma viagem violenta e simultâneamente cómica ao mundo do crime nova iorquino da década de 70. O argumento é genial e os diálogos são uma verdadeira pérola (especialmente quando saiem da boca de De Niro e de Pesci).

Um verdadeiro clássico do cinema e um dos grandes filmes de gangsters de sempre. Um filme revolucionário.
Trailer:

The Godfather - Part III - de Francis Ford Coppola (1990)

18 anos após o segundo filme da saga, Coppola regressa com este último capítulo. Com ele voltaram Al Pacino, Diane Keaton e Talia Shire. Na saga, são novos Andy Garcia (nomeado para Óscar de melhor actor secundário), Joe Mantegna Eli Wallach e Sofia Coppola (e honestamente, pode ser uma excelente realizadora mas, como actriz, não se sai lá muito bem).

Michael Corleone é o Don, o rei do crime e chefe supremo da sua família. E deseja largar os negócios ilícitos da família e criar um novo negócio, sendo este legal. Mas para além disso, estando atormentado com os fantasmas do passado e com ordens das quais nunca irá perdoar-se,Michael pretende encontrar um sucesor (já o desejava no segundo filme e aquidescobre que nã o encontrará no seu filho). E encontra esse sucessor em Vincent, seu sobrinho, filho de Sonny (James Caan, no primeiro filme) e que está dentro do negócio da família e pretende ir mais longe.
O problema é qe as outras famílias desejam o poder de Corleone e uma fatia dos lucros legais que este fizer.

Coppola realiza um bom filme, mas já não assistimos à excelência
dos dois primeiros capítulos. Pacino regressa em forma com
Michael Corleone, juntamente com o resto do elenco (todos em excelente forma, excepto Sofia Coppola, que dá-nos uma interpretação lamentável). E Coppola tem, novamente, uma grande realização.

Apesar de ser um filme bastante inferior aos anteriores,
The Godfather III é ,ainda assim, um excelente sucessor da saga
da família Corleone. E não é tão mau, como muitos o pintam.
Apenas puderiamos ter aqui mais uma obra-prima e acabamos
por ter um filme bom mas falhado.


Aqui acabaria uma das grandes sagas da história do cinema e
uma das melhores trilogias de sempre. Por esta saga,
encontrámos Al Pacino no papel que o revelou ao mundo
(e o cinema nunca mais seria o mesmo), um Marlon Brando excelente como Don Carleone, um James Caan em início de carreira, numa década em que era uma verdadeira estrela de cinema (SPOILER!!!!: e protagonista duma das melhores mortes de todos os tempos), um Robert Duvall também em início de carreira, tal como Talia Shire e Diane Keaton, Robert DeNiro num papel (dando vida à personagem que Brando interpretará antes, mas desta feita, mais novo) que acabou por lhe dar o primiro Óscar (e a mesma personagem deu o mesmo prémio a Brando, e este não o recebeu pessoalmente em defesa dos direitos dos povos indíos, contratando uma actriz pouco conhecida para se passar por indía e receber o prémio por ele), um Francis Coppola em excelente forma (a década de 70 foi a sua melhor época criativa) e uma banda sonora de Nino Rotta simplesmente intemporal.

Trailer:

terça-feira, 7 de outubro de 2008

The Godfather - Part II - de Francis Ford Coppola (1974)

Após o enorme êxito de bilheteira do primeiro filme, após a vitória nos óscares e após ser considerado um dos melhores filmes de sempre, The Godfather regressa com este segundo capítulo da saga da família Corleone.
Coppola regressa à realização e ao argumento, juntamente com Mario Puzzo, e com eles regressam também Al Pacino, Diane Keaton, Robert Duvall e Talia Shire. Marlon Brando não regressou como Don Corleone mas juntou-se ao elenco Robert DeNiro neste papel, numa das mais intrigantes e bem conseguidas ideias da saga.
Esta sequela resulta também como prequela, ao acompanharmos a subida do jovem Don Corleone ao poder (Robert DeNiro interpreta a personagem de Brando mais jovem, numa brilahnte representação, vencedora de Óscar de melhor actor secundário), desde a sua infância, à sua chegada aos Estados Unidos, a sua primeira vitíma (uma cena extraordinária) e o seu início como Padrinho, dono da mafia. Por outro lado, temos a continuação do caminho ao topo de Michael Corleone, filho de Don Vito, e das suas dificuldades e as suas lutas contra os seus rivais mais fortes (um deles, a personagem de Hyman Roth, interpretada por um dos melhores professores de representação, tendo sido instrutor de Pacino, entre outros). Aqui, temos Pacino numa interpretação mais destacada e mais bem conseguida (nunca ter ganho Óscar por este seu Michael Corleone é muitissimo injusto).
Quando se pensava que Coppola não conseguiria superar o seu já clássico filme, eis que conseguiu provar que por vezes, a magia resulta duas vezes. The Godfather - Part II é uma sequela/prequela superior ao original, um capítulo essencial para o seguimento e melhor compreensão da trama da saga e uma das (se não a melhor) sequelas de todos os tempos. E um verdadeiro clássico do cinema.

P.S.: Destaque para a fantástica banda-sonora composta por Nino Rota, algo queme esqueci de mencionar no filme anterior. Uma banda sonora inesquecível.

Mas, novamente, a história não acaba aqui...

Trailer:

domingo, 5 de outubro de 2008

The Godfather - de Francis Ford Coppola (1972)

Em 1971, o mundo conheceria The French Connection, filme que ganhou 5 Óscares (incluindo de melhor actor para Gene Hackman e de melhor filme). O cinema estava realmente a mudar. As décadas de 60 e 70 foram duas das mais revolucionárias de sempre (não só no cinema), introduzindo novas tendências ao cinema, ainda hoje perfeitamente notáveis.
Isto tudo para dizer que este The Godfather ajudou bastante para tal (e já estava na hora de rever este clássico). Francis Ford Coppola tornou-se um grandioso nome após esta sua obra, que escreveu juntamente com Mario Puzzo.

O filme conta-nos a história duma família mafiosa, comandada por Don Corleone (brilhantemente interpretado por Marlon Brando) e da sua luta para manter o poder junto das outras famílias. Mas mais importante de tudo, o filme acaba por ser o início da saga de Michael Corleone, da sua entrada no negócio da família e da sua ascensão ao poder.

Temos aqui um filme poderoso, extremamente bem escrito e realizado, com interpretações soberbas e recheado de cenas clássicas. Como se tal não fosse suficiente, The Godfather acaba também por ser o filme que revelou definitivamente Coppola, que deu o Óscar a Brando e o filme que lançou a carreira de Al Pacino, que acaba por ser o protagonista da saga.

Um filme absolutamente brilhante, com uma cena final de se lhe tirar o chapéu. Um verdadeiro clássico do cinema. Aliás, tudo neste filme é um clássico, desde o poster até ao filme em si.

Mas a história não acaba aqui...