segunda-feira, 26 de março de 2012

John Carter, de Andrew Stanton (2012)

Após ser perseguido até uma gruta, John Carter, um antigo soldado da Guerra Civil Americana, acorda num deserto desconhecido e onde descobre que consegue saltar bastante alto e que tem uma força invulgar. Depois de encontrar seres estranhos de quatro braços, Carter apercebe-se que não está no Planeta Terra e que está agora no meio duma luta pela liberdade e segurança de Barsoom (Marte), o planeta onde acordou.
Baseado na história "A Princess of Mars", de Edgar Rice Burrows (criador de Tarzan), uma das mais influentes obras literárias da Ficção Científica, John Carter é uma ambiciosa aposta da Disney dentro dos géneros de Ficção Científica e Aventura.
Andrew Stanton, realizador de Finding Nemo e Wall-E, faz aqui a sua estreia no cinema em imagem real e traz-nos uma aventura competente, capaz de agradar fãs do género e acaba por ser um filme que resulta como um entretenimento eficaz. No entanto, com um protagonista pouco carismático (Taylor Kitsch) e um romance não muito convincente, para além de vários lugares comuns na história, temos a sensação que John Carter poderia ter ido mais além do que o produto final que nos é apresentado. Temos aqui um filme extremamente caro, bastante ambicioso, a tentar ser um épico dentro do género mas que acaba por ser apenas um entretenimento eficaz, quando deveria (e prometia) ser mais que isso.
A obra de Burrows foi forte influência em Star Wars e Avatar mas aqui temos a sensação que John Carter é um filho de ambas essas obras, onde encontramos vários pontos similares, especialmente em relação a Star Wars.
Com cenários grandiosos, cenas de acção bem conseguidas e de grande escala e bons efeitos especiais (embora pudessem, por vezes, ser melhores, devido ao orçamento de 250 milhões), John Carter resulta bastante bem a nível visual.
Taylor Kitsch (X-Men Origins: Wolverine) é John Carter e ficamos a pensar que decerto poderia haver um actor melhor para o papel, apesar de estar competente mas sem muito carisma, Lynn Collins (X-Men Origins: Wolverine) está também competente e ambos protagonizam o pouco convincente par romântico do filme, Mark Strong (Kick Ass; Sherlock Holmes) está bem como sempre, Dominic West (The Wire) é um dos vilões de serviço e não convence muito e Willem Dafoe dá voz a uma das personagens secundárias do filme de forma eficaz.
Resumindo: John Carter foi uma mega-aposta da Disney, a nível monetário (falaremos disso mais tarde) e de entretenimento, querendo levar ao ecrã uma personagem que tem um seguimento de culto e uma história de grande influência dentro do género, ao mesmo tempo que queria criar um novo clássico dentro da Ficção Científica e Aventura. Stanton não consegue criar tal clássico, trazendo-nos apenas um entretenimento eficaz e que, em termos de filme, não traz nada de novo ao género. E com uma aposta tão grande por parte do estúdio e com um universo tão vasto como o de John Carter pode ser, pedia-se mais que isso.

Classificação:
***

1 comentário:

O Narrador Subjectivo disse...

Tenho curiosidade em ver. Apesar da fraca recepção, deve ser um grande festim visual.

É a minha 1a visita a este blog :) Cumprimentos.