terça-feira, 24 de março de 2009

Gran Torino, de Clint Eastwood (2008)

Um veterano da guerra, racista e recentemente viúvo, continua a morar num velho bairro, agora habitado praticamente por asiáticos. Após o seu vizinho tentar roubar o seu carro de estimação, um Gran Torino de 1972, e de ajudar a família do mesmo do ataque duma gangue, Walt (Clint Eastwood) cria um invulgar laço de amizade entre a família e, especialmente, entre o jovem que tentou roubar o seu carro. E uma ligação cresce entre o veterano e o jovem, ligação essa sempre relacionada com o carro de Walt, Gran Torino.
Clint Eastwood estreia o seu segundo filme, poucos meses depois do brilahnet Changeling, regressando à representação 4 anos depois da grande obra que é Million Dollar Baby. Afirmando que esta é a sua última participação como actor, Eastwood cria uma personagem dura, sem papas na língua mas amável e fantástica, a qual podemos considerar um Dirty Harry (e todas as suas personagens duronas) na reforma. Desta forma, Eastwood presta homenagem aos seus fãs (velhos e novos) que sempre o acompanharam, dando uma última representação brilhante e uma grandiosa (e tocante) despedida como actor. E aqui temos o derradeiro durão do cinema em momentos inesperados de comédia e drama.
Nas mãos de outro realizador, Gran Torino seria um objecto vulgar e esquecível. No entanto, apesar de todos os actores que rodeiam Eastwood serem medianos, o realizador traz-nos uma obra tocante, inesquecível e absolutamente arrebatadora: uma história de amizade entre um velho racista e uma família chinesa, situada num bairro problemático, onde o ponto de partida é um carro clássico e onde são retratados, de forma brilhante, temas como a religião, o racismo e a fraqueza humana. A nível de interpretação, Eastwood está brilhante no protagonista (onde foi parar a mais que merecida nomeação?), com uma personagem fantástica e consegue brilhar em todas as cenas. E aquele final assombroso, com a voz envelhecida de Eastwood a cantar a melodia por si escrita. Imperdível!

Gran Torino é uma gloriosa, tocante e melancólica despedida dos ecrãs dum dos grandes mitos do cinema. Uma obra inesquecível, que nos acompanha bem depois de sairmos da sala de cinema. Um dos grandes filmes deste ano.

O melhor: Clint Eastwood (realização e interpretação), a chocante despedida dum dos grandes durões do cinema) e o arrebatador momento de Eastwood a cantar. Uma grandiosa despedida.
O pior: Não se fazerem mais filmes assim: Geniais e tocantes.

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